No fim de março, a Ubisoft fechou os servidores do primeiro The Crew, lançado em 2014. Por se tratar de um jogo 100% online, ele se tornou injogável, deixando até mesmo a mídia física sem nenhuma utilidade. Contudo, a polêmica se intensificou após a empresa remover o jogo da biblioteca daqueles que compraram a versão digital.
Devido a esses acontecimentos, a Ubisoft está sendo processada por duas pessoas, como reportado pelo Polygon. A acusação é justamente o que vem gerando tanta polêmica nesta situação: se tratando de um jogo online, a empresa está impedindo os consumidores de utilizar o produto comprado – ainda que o formato digital não represente uma posse real do título.
Na descrição do processo, foi utilizada uma analogia com uma máquina de pinball. Segundo os advogados envolvidos, a situação seria o equivalente à fabricante dessas máquinas entrar na sua casa e remover todos os mecanismos necessários para jogar, tornando o produto inutilizável sem nenhum motivo.
Perdendo o processo, a Ubisoft terá que indenizar os autores da ação judicial. A situação é delicada, levando em consideração que, até pouco tempo, as pessoas não sabiam que a mídia digital não garante posse total do jogo, mas sim de uma licença de uso. A polêmica de The Crew incentivou algumas mudanças nesse cenário, começando pelo estado da Califórnia nos EUA, que tornou obrigatório deixar esses detalhes claros ao consumidor.
A situação também originou a campanha Stop Killing Games (Pare de Matar os Jogos, em português), que já acumula quase 400 mil assinaturas. O objetivo é conscientizar os estúdios a implementarem modos offline até mesmo em títulos com foco no online, evitando que os jogos se tornem injogáveis após o iminente fechamento dos seus servidores.