Dentre todos os jogos que foram inspirados por Dark Souls, Nioh certamente é o melhor deles. Bebendo das fontes de vários títulos, o Team Ninja conseguiu fazer seu próprio soulslike e ainda garantir uma identidade própria para seu jogo, usando e abusando de todo o folclore e mitologia japonesa – além daquela atmosfera de samurais que nós tanto gostamos.
Tanto o primeiro título como sua sequência foram compilados em uma coletânea completa para a nova geração de consoles, incluindo todos os DLCs lançados para ambos, uma tímida melhoria gráfica e, se tratando da versão de PS5, leves adaptações voltadas para os recursos do Dualsense.
De volta ao Japão feudal
Como estamos falando de dois jogos que já não são novidade para ninguém (afinal, o primeiro foi lançado em 2017 e o segundo em 2020), vamos focar no que este pacote oferece e se realmente vale a pena adquiri-lo para o seu PS5.
Graficamente falando, ambos os títulos oferecem três opções diferentes: modo 4K, foco no framerate ou “PlayStation 5 Standard Mode”. Mesmo com essa variedade, você não terá escolha alguma dependendo do modelo da sua televisão, pois obviamente é necessário ter uma TV com suporte a 4K ou 120fps para usufruir de seus respectivos modos.
O modo 4K seria a melhor pedida entre as três, pois é a opção com os melhores gráficos e ainda roda a 60fps na maior parte do tempo. Já o modo framerate sacrifica vários elementos gráficos para conseguir alcançar os 120fps, o que sinceramente não faz muita diferença, então aqueles que não puderem jogar com essa performance não estarão perdendo nada.
Já o modo “PlayStation 5 Standard Mode” seria o mais inferior de todos e a única opção disponível para quem não tem uma TV 4K. Aqui as melhorias são muito leves, sacrificando vários detalhes bonitos do modo 4K e focando mais em sombras e outras coisinhas menos relevantes. Isso não quer dizer que o jogo é feio, mas é difícil notar muita diferença se compararmos com a versão de PS4 rodando no PS5.
Tudo quase novo
Apesar de contarmos com um modo que oferece incríveis 120fps, independente de como você jogar, nenhuma das três opções oferece um framerate constante. Os jogos conseguem manter 60fps a maior parte do tempo, mas ocorrem leves quedas durante combates e momentos de ação, inclusive no modo de 120fps (mas não chega a ser tão evidente já que temos o dobro de frames rolando na tela). Surpreendentemente, o modo em 4K é bem estável e a queda é mínima até durante os combates, o que é ótimo.
Quanto aos recursos do Dualsense, infelizmente eles foram bem pouco aproveitados e isso foi um potencial bastante desperdiçado. A vibração dinâmica só se faz presente quando estamos pisando em um terreno específico (geralmente em um piso frágil) e os gatilhos adaptativos só funcionam quando usamos uma arma de longo alcance. É legal, mas essas versões poderiam ter explorado muito mais tais recursos para deixar a experiência ainda mais imersiva.
Agora vem a pergunta que não quer calar: vale a pena comprar The Nioh Collection? A resposta vai depender de uma série de fatores. Caso você já tenha um ou ambos os jogos no PS4, então essa coletânea se torna dispensável, principalmente para aqueles que ainda não tem uma TV 4K. Nioh roda perfeitamente em retrocompatibilidade e Nioh 2 possui até mesmo um upgrade next-gen gratuito, então quem já tem esses jogos não possui nenhum motivo para comprá-los novamente. Além disso, o primeiro jogo já ficou até gratuito na PlayStation Plus, então quem conseguiu resgatá-lo na época já possui metade do pacote.
É inegável que The Nioh Collection é a edição definitiva de ambos os jogos e é uma alternativa muito interessante para aqueles que nunca jogaram e ainda não têm nenhum deles. O problema é que está sendo cobrado preço cheio em dois games de PS4, então pode ser interessante avaliar bem qual versão comprar, pois talvez adquirir as duas versões da geração passada pode sair mais barato. Porém, conforme os preços forem caindo, sem dúvidas essa coletânea se tornará mais atraente com o tempo.