Um filme para quem gosta de filmes e, principalmente, para quem ama o cinema. The Fabelmans é a história de Steven Spielberg – sim, o diretor de ET, Tubarão, Indiana Jones, Jurassic Park… a lista é bem grande, você sabe de quem eu estou falando. A autobiografia conta como ele começou a gostar de filmes e a fazê-los, como eles faziam parte de sua vida pessoal e familiar, mas ele não podia dirigi-los.
Spielberg, como sempre, genial em sua direção, trabalha muito com o foco nesse filme. Como é a sua história, ou melhor, a de Sam Fabelman, passamos o tempo inteiro tendo enquadramentos do olhar do personagem, para onde ele está olhando, seus olhos “vidrados”, o que ele vê e o que as lentes das câmeras vêem. É uma história pessoal, então Spielberg abusa da primeira pessoa e dos olhares, é tudo muito intenso. O filme também é cheio de homenagens às suas fontes de inspiração e referências a trabalhos no futuro de sua carreira.
Não consigo imaginar o processo de escalar o elenco para ser si próprio, seu pai e sua mãe, mas não consigo imaginar quem melhor para esses papéis que Mateo Zoryan e Gabriel LaBelle (Sammy/Sam Fabelman), Paul Dano (Burt Fabelman) e Michelle Williams (Mitzi Fabelman). O que LaBelle, Dano e Williams – que passam mais tempo em tela – fizeram me deixou apaixonada por todos esses personagens tão cheios de falhas, mas tão bons. Falo de bondade mesmo. O roteiro lindamente escrito e o talentos desses atores fez com que mesmo com tantas falhas e erros, você não consiga não gostar dos personagem, não tenha empatia por eles.
É um filme de maturidade (o famoso coming of age) divertidíssimo que não vou me cansar de indicar para as pessoas em 2023. Pelo menos meus amigos vão parar de escutar “Você já viu Duna?” E já que estamos aqui, aproveite para ver no cinema! Vale muito a pena.