Não é nada fácil adaptar um universo dos games para as telonas, tanto que muitos desses filmes são um fracasso total, tanto de bilheteria quanto de aceitação. Contudo, se tratando de Sonic, há uma esperança de que podemos ter pelo menos uma dessas adaptações realmente decentes. Sonic 2 é uma sequência agradável, divertida e bastante superior a seu antecessor, mas ainda apresenta um enredo insípido.
Dirigido por Jeff Fowler, Sonic 2 é divertido, repleto de ação, referências modernas e muita corrida. Mas também se preocupa em passar a importante mensagem sobre a amizade e responsabilidade, aliás como já dizia o tio Ben: “com grandes poderes vêm grandes responsabilidades”, e é com essa ideia que Fowler junto com seus roteiristas apresentam um Sonic disposto a amadurecer, mas não antes de deixar um rastro de destruição por onde passa. Afinal, é importante lembrar que se trata de um filme também para as crianças e não só dos fãs mais devotos do ouriço azul.
Sendo assim, o diretor empurra os humanos para a sua própria história separada, enquanto permite que Sonic brilhe ao lado de seu novo amigo de aventuras, Tails, este já conhecido e amado pelos gamers mais devotos da franquia. Os dois precisam tomar suas próprias decisões para deter o antagonista Knuckles, e claro, o vilão Dr. Robotnik, que retorna para encontrar uma espécie de esmeralda mística que tem o poder de dizimar civilizações inteiras.
Com o foco maior em seus personagens animados em CGI, que particularmente estão fantásticos, o filme explora melhor a história da franquia de videogames. Jeff Fowler não se preocupa em usar o potencial da franquia e abraça brilhantemente a oportunidade de brincar com a velocidade, o perigo e o caos em sequências e cenários realmente impressionantes e sempre carregados de humor. O diretor também faz o bom uso de seu elenco humano que servem não somente como um alívio cômico, mas também como um descanso das cenas mais explosivas, apesar da subtrama não ser tão relevante, mas divertida.
Por isso, Sonic 2 pode parecer longo demais (2h2 min) e deve incomodar alguns telespectadores que estão mais acostumados com uma hora e meia de filme desse nicho. O importante é que a história funciona no geral e, embora haja muito ainda a ser feito, o filme está muito bem elaborado.
Das atuações se destacam a personagem Rachel (Natasha Rothwell), a irmã de Maddie (Tika Sumpter), que graças a atriz brilhante, insere no filme doses certas de humor orgânico em momentos certeiros. Jim Carrey retorna como o Dr. Robotnik e parece feliz com o seu papel já que o ator está claramente se divertindo na pele desse vilão, abraçando totalmente seu caricatural, e entregando uma visão perfeita do personagem. Já James Marsden, apesar de ser importante pelo protagonismo, aparece bem menos e não entrega muita coisa, a não ser pelo primeiro ato quando aconselha Sonic a usar suas habilidades pensando em todos a sua volta e não somente em como é divertido ser um herói.
Em termos de efeitos visuais, Sonic 2 impressiona com cores vibrantes e o CGI certamente não é ruim, às vezes até lembra imagens de videogame. Os personagens animados parecem um pouco caricatural demais, mas não assusta. Já é emocionante demais ver um antigo universo do videogame retornando para as telas de cinema e encantando as mais diversas gerações. Isso faz parte do charme de ver esses personagens icônicos trazidos para o nosso mundo.
Sonic 2 é de fato uma grande melhoria relacionado ao seu primeiro filme e estabelece firmemente esta franquia como um deleite para fãs e famílias. Certifique-se de assistir aos créditos para uma cena extra que prepara o cenário para uma sequência que certamente levará essa franquia para o próximo nível.
O filme estreia em 7 de abril nos cinemas brasileiros. Assista ai trailer aqui.