A review de Silent Hill 2 Remake foi realizada por uma cópia disponibilizada pela Nuuvem.
Voltando a Silent Hill
Silent Hill 2 gira em torno de James Sunderland, um homem que chega à sombria cidade de Silent Hill em busca de sua esposa, Mar, esta que havia escrito uma carta implorando para que James a visse novamente, apesar de ter supostamente morrido três anos antes. Esse cenário de horror clássico, com James sendo um amnésico cercado por criaturas inquietantes, revela uma narrativa rica em simbolismo e surrealismo, característica da franquia Silent Hill.
À medida que a história se desenrola, você é levado a um conjunto de pesadelos que desafiam a lógica, fazendo com que a jornada de James não seja apenas uma busca física, mas também uma exploração de sua própria culpa e remorso, dentro da sua psique, criando ambientes de profunda introspecção.
Cuidado e cautela
O que já era de se esperar é que a jogabilidade do remake apresenta melhorias significativas em relação ao original de 2001. A Bloober Team optou por uma nova perspectiva em terceira pessoa, com uma câmera sobre o ombro, que traz uma sensação moderna ao jogo. Essa mudança, embora arriscada, foi bem executada, mantendo a tensão enquanto oferece uma experiência mais dinâmica.
Os combates são mais estratégicos, permitindo que o jogador sinta a vulnerabilidade de James. A mecânica de mira é deliberadamente imprecisa, o que adiciona um elemento de incerteza em confrontos. Além disso, a introdução de uma mecânica de esquiva traz uma nova dimensão ao combate, exigindo que o jogador estude os padrões de ataque dos inimigos e estes causam encontros intensos e metódicos, criando uma atmosfera de constante tensão. A grau de comparação, Silent Hill 2 Remake vai te deixar tão tenso quanto o Mister X te perseguindo na delegacia do remake de Resident Evil 2, porém essa tensão vai durar por praticamente o jogo inteiro.
Os quebra-cabeças foram expandidos e tornam-se mais intrincados, mantendo o desafio e a imersão. O sistema de mapas também foi aprimorado, permitindo que James anote dicas e pistas, o que facilita a bastante a exploração em um mundo rodeado por um nevoeiro misterioso.
Embora algumas críticas possam surgir em relação à abundância de recursos, como munições e itens de saúde, o equilíbrio entre desafio e acessibilidade é bem executado. O remake traz de volta a nostalgia de um clássico, ao mesmo tempo que apresenta uma experiência inovadora que honra o legado de Silent Hill 2.
Ambientação espetacular
A ambientação de Silent Hill 2 é uma de suas características mais marcantes e, no remake, foi meticulosamente recriada e expandida. A cidade é apresentada como um espaço onírico, onde a lógica e a realidade são distorcidas. Cercas enormes cobertas por lençóis sujos interrompem as ruas, sugerindo uma quarentena do mundo exterior, enquanto a densa neblina cria uma sensação opressiva de isolamento. Cada esquina é uma nova descoberta, e a atmosfera claustrofóbica é reforçada dentro de todos os ambientes internos, desafiando a percepção do espaço.
Falando deles, os ambientes internos, como hospitais e prisões, foram ampliados, permitindo um design mais complexo e favorecendo a exploração. Esses locais, frequentemente repletos de buracos sem fundo e labirintos, proporcionam uma experiência de exploração mais rica, enquanto a cidade externa mantém a fachada de um lugar convencional. Essa dualidade é fundamental para a sensação de desconforto que permeia o jogo.
Quanto as criaturas, se prepare, pois o remake faz um excelente trabalho ao recriar os monstros, mantendo o design grotesco e perturbador do original, mas com gráficos atualizados que acentuam ainda mais seu impacto visual e porque não dizer… psicológico. A variedade e a imprevisibilidade das criaturas contribuem para a atmosfera opressiva do jogo, criando um constante estado de tensão e medo.
Trilha sonora aterrorizante
A trilha sonora, composta por Akira Yamaoka, é um dos pilares fundamentais do remake. As faixas são memoráveis e muitas vezes contrastam com os eventos que ocorrem na tela, criando um efeito emocional profundo. Yamaoka rearranjou várias músicas do jogo original, mantendo a essência do que fez a trilha tão impactante. A música é ao mesmo tempo bela e perturbadora, como quando uma melodia suave toca durante momentos de tensão intensa, acentuando a estranheza da situação.
A trilha sonora não apenas enriquece a atmosfera, mas também se torna um personagem por si só, guiando o jogador emocionalmente através da jornada de James. A forma como a música se entrelaça com a narrativa contribui para a construção de um clima que é tanto nostálgico quanto inquietante.
Considerações finais
O remake de Silent Hill 2 se destaca não apenas por sua fidelidade ao material original, mas também por sua capacidade de modernizar e expandir a experiência. A Bloober Team conseguiu capturar a essência do que tornou o jogo original tão amado, ao mesmo tempo em que implementou melhorias significativas em termos de jogabilidade, gráficos e design sonoro. O resultado é uma recriação que não apenas agrada aos fãs antigos, mas também introduz novos jogadores ao universo inquietante de Silent Hill.
Distribuidora: KONAMI
Desenvolvedora: Bloober Team
Gênero: Terros, suspense, survival horror
Disponível para: PlayStation 5 e PC
Data de lançamento inicial: 7 de outubro de 2024