A franquia Harvest Moon é um grande clássico dos games e, na minha opinião, um dos mais importantes, pois é graças a Harvest Moon que temos toda essa abundância de jogos de fazendinha extremamente viciantes. Em seus jogos, a Natsume introduziu todas as principais mecânicas desse gênero de “simuladores de fazenda”, dando total liberdade aos jogadores para procederem do jeito que quiserem.
Ao longo dos anos, algumas variações foram sendo lançadas como Innocent Life e Rune Factory, que originou outra franquia. Rune Factory também conta com todas as mecânicas de cultivo e relacionamentos presentes em Harvest Moon, porém com o adendo de ser um RPG, em que empunhamos armas e subimos de level, além de ser ambientando em um universo medieval e cheio de fantasia.
Rune Factory 4 foi lançado originalmente em 2013 para o Nintendo 3DS e é considerado por muitos o melhor da saga. Agora no Nintendo Switch, podemos afirmar que o tempo lhe caiu bem e ele continua tão charmoso quanto antes.
Na realeza por acidente
O jogo se passa no reino de Selphia, que é governado por um dragão chamado Ventuswill. Nosso personagem (que pode ser um garoto ou uma garota) está encarregado de fazer uma entrega para o dragão, mas acaba tendo sua nave interceptada pelos guardas locais e, assim do nada, no meio da luta, ele tem uma crise de amnésia e acaba caindo céu abaixo… convenientemente aterrissando em um castelo. Nessa confusão toda, seu personagem acaba sendo confundido com um príncipe e agora precisa lidar com tudo que envolve ser parte da monarquia, porém podemos dizer que o foco da história gira em torno de Ventuswill.
Diferente de Harvest Moon, em que independente do que fazemos ou deixamos de fazer, os dias continuam passando e nosso único objetivo é jogar até que nosso personagem literalmente morra, Rune Factory possui uma narrativa que precisa da progressão do jogador para alcançar seu devido desfecho. Porém, as coisas não são nada lineares e você tem total liberdade para continuar a história a hora que quiser.
O rei do pedaço
Aqui já temos a parte mais semelhante com Harvest Moon, pois teremos a oportunidade de conhecer cada habitante de Selphia – pessoas únicas com seus próprios gostos, personalidades e segredos – e poderemos ficar amigos delas… ou até casar com alguma delas! Rune Factory também é um jogo de relacionamentos e se aproximar dos personagens sempre rende algumas recompensas (mas é claro que não é tão fácil quanto parece).
Tudo que você faz neste jogo te rende XP para algum tipo de habilidade, então nada aqui é tempo desperdiçado. Quando eu digo isso, pode acreditar que é literalmente, porque você ganha XP até por andar e dormir. Isso ajuda a tornar sua rotina dentro do jogo mais empolgante, pois mesmo que você faça as mesmas coisas todos os dias, sempre haverá aquela sensação de recompensa.
Sobre as partes de fazenda, não tem muito o que falar além do que já sabemos, pois todo mundo que já jogou pelo menos um Harvest Moon na vida sabe que a Natsume sabe fazer isso com perfeição. Você começa apenas com uma pequena porção de terra e com o tempo vai expandindo seu território, plantando sementes, criando animais e ficando rico. Todas as mecânicas são simples de aprender e não oferecem nenhum tipo de complexidade.
A parte legal de Rune Factory é que sua criação de animais vai além dos bichos comuns de fazenda, pois você pode criar até os monstros que encontra! Existe uma variedade de dungeons que podem ser exploradas e é aqui que vivenciamos os trechos de ação. Não é nada demais, você apenas explora, luta com monstros e pilha itens, mas eventualmente você pode dar comida para essas criaturas e, quando ganhar a confiança delas, pode levá-los para sua fazenda com você!
Versão “especial”
A versão de Switch carrega a palavra Special no título, então é de se esperar que ela teria conteúdo adicional. Na verdade, os adendos desta versão são mínimos: além dos gráficos remasterizados, o jogo conta com um modo de dificuldade mais difícil e um DLC gratuito que acrescenta mais cutscenes que enriquecem a profundidade dos personagens.
Rune Factory 4 Special é um excelente jogo e continua muito divertido de jogar. Quem já jogou no 3DS não vai se impressionar com nada visto aqui, mas ao menos revisitar Selphia será uma experiência satisfatória . O jogo já era bom e, mesmo com poucas novidades nessa nova versão, tê-lo na biblioteca do Switch é algo muito bem-vindo.