O review de Returnal foi realizado com uma cópia do jogo disponibilizada pela Sony PlayStation.
Returnal é mais um título da Sony que chega aos PCs, desenvolvido pela Housemarque, a equipe finlandesa por trás de jogos como Resogun, Dead Nation e Alienation e Nex Machina. Entretanto, Returnal é o primeiro “triplo A” da desenvolvedora, e com grande orçamento vem uma grande responsabilidade.
A propósito, essa review, além de falar sobre a performance do jogo no PC, também conta como uma segunda opinião sobre o título referente a sua jogabilidade e enredo, se quiser uma segunda opinião sobre essas características, você pode conferir aqui.
O que está acontecendo?
Returnal é, em resumo, uma mistura de roguelite, pois na medida que morremos voltamos ao ponto de início em um mapa gerado proceduralmente, mas também é um metroidvania, distribuindo novas habilidades após a morte de chefes que abrem novos caminhos. Tudo isso em um jogo de tiro bullet-hell em terceira pessoa. Uma mistura até que divertida, mas que rapidamente pode se tornar repetitiva.
A história de Returnal é intrigante e envolta de mistério. Aqui, controlamos, Selene, que ao cair em um planeta profundamente hostil chamado Atropos, ela está perseguindo a “sombra branca”, um sinal transmitido de algum lugar do planeta para o qual ela é guiada (ou atraída) pela visão de um astronauta do século XX.
Entretanto, esse planeta parece esconder fragmentos de sua memória, além de permitir que Selene reviva sempre que morre, e ela está ciente disso, pois no decorrer de sua exploração há registros de áudio de Selenes mortas do passado e do futuro, sofrendo vários níveis de loucura. Aqui o jogo usa uma mecânica interessante, que podemos encontrar corpos de outros jogadores, e nos permite vingá-los para adquirir mais itens.
A história é propositalmente confusa e cabe a interpretação, o que pode agradar quem busca uma trama mais intimista com elementos de suspense.
Explore o máximo que puder… várias vezes
Atropos é um planeta hostil, a influência dos filmes como Alien e Prometheus, de Ridley Scott, e o design de HR Giger são homenageados em cada canto do mapa, em um level design competente mas não muito original.
Returnal evita propositalmente explicar as coisas de maneira direta, deixando o jogador a mercê da exploração e experimentação, mas nada em um nível da série dos jogos Souls. Então você pode entrar em uma sala com algum tipo de dispositivo alienígena e que tem um custo exorbitante de Ether para ser usado e morrer na sala seguinte, porque o dispositivo não foi útil.
Quando Selene morre, o roguelite dito anteriormente é apresentado. Agora você deve fazer tudo de novo, mas em um mapa diferente, sem suas armas e sem seus itens. Quando morremos ficamos apenas com alguns itens importantes que vão nos ajudar na exploração da região. Confesso que nas quatro primeiras vezes que morri eu gostei de toda a mecânica de reviver e da alteração dos mapas, entretanto com o tempo foi ficando bastante repetitivo e não do jeito bom.
O combate de Returnal é um pouco decepcionante. Você precisa se manter em movimento, desviar de tiros, atirar nos imigos, não cometer erros bobos, enquanto procura por restos de saúde ou uma arma com cadência de tiro maior que a sua atual. Tudo é bem genérico, e nada em seu combate se destaca.
Fogos de artifício
Returnal aproveita o poder e os recursos oferecidos no PC para fornecer bons gráficos e efeitos de luz. Os visuais criam perfeitamente uma atmosfera melancólica que alterna entre uma calma estranha e uma ação intensa em um piscar de olhos. Os efeitos de partículas quando estamos atirando contra os imigos, ou vice e versa, são puro colírio para os olhos.
A taxa de quadros é consistentemente suave, não importa quanta loucura esteja acontecendo. Entre o fluxo constante de projéteis de cores vivas, pedaços inimigos explodindo e balas voando por toda parte, o jogo parece um show de fogos de artifício. Mas claro, vai depender de sua placa de vídeo e das tecnologias que ela oferece.
A ambientação é um ponto de destaque em Returnal. Aqui o som é importante para criar uma atmosfera tensa, pesada e misteriosa, com uma música de fundo perfeitamente sinistra.
Considerações Finais
Returnal busca ser ambicioso através de uma história bastante introspectiva e misteriosa, deixando muita coisa para a interpretações de quem joga. Porém, sua jogabilidade genérica, e um tanto repetitiva, pode atrapalhar a jornada de Selene em busca de respostas.
Distribuidora: PlayStation
Desenvolvedora: Housemarque, Climax Studios
Gênero: Ação, roguelite
Disponível para: PlayStation 5 e PC
Data de lançamento inicial: 15 de Fevereiro de 2023 (PC)