*A análise de Resident Evil 3 foi feita com uma cópia do jogo para PC (via Steam), cedida pela Capcom.
Em janeiro de 2019 a Capcom lançou o remake de Resident Evil 2, podíamos revisitar o segundo título de franquia em uma jogabildiade totalmente nova e remodelada com gráficos espetaculares graças ao novo motor gráfico da capcom, o RE Engine..
O remake foi um sucesso e não demorou muito para a empresa nipônica anunciar o remake de Resident Evil 3, e os fãs foram a loucura. Nem precisavam esperar tanto, pois o jogo chegaria em 2020, ainda no primeiro semestre.
Agora estamos de volta a Raccon City, na pele de Jill Valentine a protagonista do primeiro jogo da série, devemos sobreviver no meio de uma invasão zumbi e como se não bastasse os perigos dessas criaturas devoradoras de carne humana, Jill é perseguida por uma misteriosa criatura!
Tão lindo quanto o anterior
Jogando remake de Resident Evil 3 temos a impressão de que ele foi desenvolvido ao mesmo tempo que o 2. Pois eles são similares em muita coisa, até mesmo nos zumbis que encontramos pela cidade (o que faz sentido de certa forma). A jogabilidade é idêntica ao seu antecessor, mas adaptada para os eventos desse remake.
Isso não é ruim, pois manter o que é bom e funciona é o certo a ser feito, entretanto deixa o novo título sem muita originalidade. Temos os mesmos gráficos extremamente bonitos, com as expressões realistas e assustadores, salas seguras para salvar o jogo, criatura monstruosa te perseguindo e uma história contada de forma cinematográfica.
Até a maneira de matar os zumbis normais em Resident Evil 3 é idêntico ao anterior, dependendo da arma eles vão cair com três tiros na cabeça, mas sempre é bom passar a faquinha no corpo caído para ter certeza de que não vai se levantar, não é mesmo!
Mas claro, o jogo traz uma boa variedade dos monstros que vimos no jogo original e seus redesigns ficaram bem medonhos, como a pulga gigante que enfia um tentáculo na garganta de Jill e a infecta com pequenas pulguinhas. Ou os enormes sapos gigantes que agora lembram qualquer coisa bizarra, menos sapos!
Jill Valentine, comando para matar!
O clássico Resident Evil 3 já trazia mais ação que seu antecessor, fazendo o título ficar mais parecido com um árcade de zumbis, onde encontrávamos balas em todos os cantos, e assim raramente nos sentíamos vulneráveis.
Esse sentimento volta aqui, o jogo não consegue balancear o terror com ação. RE2 remake é muito mais assustador, pela escassez de munição e por tudo ser muito novo. Já no remake de RE3 é muito fácil encontrar munição espalhadas pelo mapa, é como se o jogo quisesse dar elas de propósito, principalmente nos cenários do Carlos. Entretanto, o suspense continua em cenários apertados, onde zumbis podem nos atacar na viradas de cada corretor e os efeitos sonoros são fantásticos, deixando os ambientes ainda mais aterrorizantes… até você conseguir uma tonelada de balas e sair fuzilando todos os monstros.
Essa mudança pode incomodar os que buscavam uma experiência aterrorizante que era encontrada no título passado. Por outro lado, por ter menos sustos, pode trazer novos jogadores a franquia que poderão jogar o 2 e assim conhecer melhor o passado dessa incrível saga.
Mas claro, isso vai depender da dificuldade que você escolheu jogar.
Nem é tão perigoso assim
Vamos lá, não queria ser polêmico, mas o Nemesis que tanto falavam é meio broxante. Seu visual é espetacular e assustador, mas o personagem em si não é grande coisa.
Quando ele aparece geralmente tem alguma cutscene o que estraga a surpresa do momento e por ele aparecer em locais abertos é bem fácil despistá-lo. Você vai precisar de muito esforço para ser morto pelo Nemesis.
O tal Mister X era muito mais aterrorizante, ele podia aparecer em qualquer lugar dos apertados corredores da delegacia a qualquer momento, só de ouvir aqueles paços já dava um desespero no coração. Já o Nemesis, por aparecer em momentos pré-determinados e cheios de ação, pois ele sempre vai atirar algo em você, a tensão vira adrenalina e você foge até que tranquilamente.
Vale ressaltar que o objetivo da criatura é matar a Jill, mas durante as cutscenes ele tem várias oportunidades de mata-la, e mesmo assim não o faz.
Considerações finais
Resident Evil 3 é um remake tão bom quanto o segundo, mas não traz nada muito relevante em sua jogabilidade. Os momentos de tensão são poucos, os corredores apertados ainda dão um pouco de medo, mas o excesso de munição faz o menor ficar somente nesse “um pouco”. Nemesis ajuda a deixar o jogo mais dinâmico do que assustador, e a trama se desenvolve rápida, mas isso não é um problema. Com certeza Resident Evil 3 merece ser jogado e serve de porta de entrada para novos jogadores conhecerem a franquia.
Desenvolvedor: Capcom
Gênero: Ação e suspense.
Disponível para: PlayStation 4, Microsoft Windows e PC
Data de lançamento inicial: 3 de abril de 2020
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