A desenvolvedora Gunfire trouxe mais um título um tanto curioso, Remnant from Ashes chegou de maneira discreta, sem chamar muita atenção. Muitos compararam sua dificuldade com uma série bem conhecida, Dark Souls, mas será que nos deparamos com um novo Souls Like, ou um looter shooter genérico?
A resposta para essas duas perguntas é … um pouco.
Que diabos está acontecendo?
A história de Remnant from Ashes se passa em um universo pós-apocalítico onde entidades misteriosas, conhecidas como raízes, invadiram a Terra e dizimaram boa parte da população. Agora cabe a nosso personagem sobreviver nesse universo devastado e entender melhor todo o ocorrido para quem sabe retirar esses invasores e trazer de volta a paz para a raça humana.
Lendo assim parece algo genérico, e poderia ser mas a história tenta ser profunda e um tanto complexa, talvez para trazer mais seriedade ao universo. Entretanto ela é desenvolvida de forma lenta e diálogos arrastados, no fundo a campanha serve apenas para apresentar mais monstros … o que não é ruim, mas desagrada aqueles que buscam jogos com uma campanha mais refinada.
Um novo Dark Souls?
Bem, a franquia Souls é conhecida pelo seu alto nível de dificuldade apresentado em suas fases, já aqui em Remnant as coisas são um tanto diferentes. O título apresenta sim uma certa dificuldade, mas não é nada comparado a franquia Souls. Por outro lado a jogabilidade tomou uma certa inspiração nos jogos da FromSoftware, já que podemos rolar para desviar dos ataques inimigos, atravessamos uma névoa antes de chegar no chefão principal e podemos recuperar nossa saúde e alguns itens ao tocar em pedras místicas espalhadas pelo mapa (o que seria semelhante as fogueiras da série Souls).
As semelhanças acabam aí, pois Remnant as usa como inspiração e a mistura com um looter shoter bastante honesto. Ao explorarmos as fases podemos encontrar itens que vão desde peças para montar um novo equipamento, ou até mesmo armas e peças de armadura. Entretanto ter o melhor equipamento não vai lhe garantir a vitória, para alcança-la você vai precisar de preparo… ou um amigo com o nível bem mais avançado.
A variação de inimigos não está somente em sua aparência, mas também em está em sua forma de agir. Alguns avançam e explodem em você, causando envenenamento, outros avançam em grupos, alguns arremessam machados, ou bombas venenosas e por aí vai indo, todos com uma inteligência artificial bastante refinada. Já os chefões não fazem feio em apresentar suas habilidades para desafiar o jogador e elevam ainda mais o grau de dificuldade, deixando quase impossível vence-los sozinho.
A versão testada foi a de computador, e seus comandos no teclado são um pouco confusos inicialmente para quem está acostumado com jogos de fps ou battleroyale, já que utilizamos botões diferentes para certas ações, como por exemplo ter que apertar “alt” para abaixar, ou ter que apertar “X” para trocar de armas e não os atalhos numéricos.
Elementos de RPG
O jogo também usa um sistema de RPG, pois ao matarmos inimigos ou realizar as missões, nós ganhamos experiência e ao subir de nível podemos gastar pontos para melhorar nossos atributos e assim avançar um pouco mas facilmente os mapas da campanha.
Podemos usar a sucata para comprar peças e armas, ou evoluí-las (caso você tenha alguma favorita), tudo isso é feito dentro da área segura que chegamos lá ao sermos teleportados por um cristal vermelho. Quanto mais alto o nível mais caro vai ser para melhorar o item desejado, e mais ingredientes também. O mesmo vale para a criação de modificadores que podem ser colocados em suas armas, de início não temos tantas opções, mas ao avançar da história vamos liberando outros modificadores, mas para serem desbloqueados também vai precisar de itens que são encontrados pelas fases.
As armas são um show a parte, podemos usar duas armas de fogo e uma arma branca, sua classe interfere muito pouco no manejo delas o que vai valer mais é dano, o tipo de tiro e a velocidade, por isso escolha bem sua arma e coloque o modificador irá melhorar sua estrategia contra os chefes.
Uma outra diferença com a série Souls e que vale ser ressaltada é que ao morrer você não vai perder seus itens, eles ainda vão estar com você quando der respaw então aproveite para acumular bastante sucata e ferro!
Ambientes assustadores
Outro ponto forte de Remnant é o uso de ambientes fechados e efeitos sonoros, simulando uma sensação de claustrofobia em determinados momentos, além da atenção e tensão constante promovidas pelos efeitos sonoros que sempre sugerem a presença de algum inimigo por perto. Tais emoções são ressaltadas a milésima potência quando jogados sozinho, já que o jogo se torna mais difícil e os inimigos podem te atacar de qualquer lugar.
O design das criaturas também ajudam a compor a beleza do título, apresentando um conceito um tanto original ao misturar monstros de diversos tipos com árvores.
Seus mapas são bastante variados, temos cidades devastadas, pântanos, desertos, tudo dominado por essas estranhas raízes, o que deixa o design de fazes um tanto original e muitas vezes causam um tom mais lúdico.
Vale ressaltar também que o jogo não deixa claro qual o objetivo, pois ele aparece na hud brevemente e depois some, sendo preciso retornar a tela do mapa para poder ver o que deve ser feito, mas geralmente é só ir do ponto A ao B, nada muito difícil (exceto pelos inimigos que querem te matar a qualquer custo).
Com amigos tudo é mais divertido
Remnant from Ahes pode ser apreciado jogando sozinho, mas claro que tudo fica ainda mais assustador, desesperador e difícil. Ao jogar online todos os itens que os jogadores pegam são compartilhados, exceto por armas e peças de roupa, o que agiliza a exploração e deixa tudo repartido de maneira justa.
Os inimigos são rebalanceados e tem seus status elevados para se adequar a presença de mais jogadores o que deixa tudo ainda mais desafiador.
Considerações finais
Remnant from Ashes é uma excelente surpresa. Sua jogabilidade pode lembrar os jogos da franquia Souls, mas consegue trazer um toque de originalidade em cenários desolados e muitas vezes claustrofóbicos, com inimigos bastante singulares tanto em seus designs quanto em formas de mata-los. Embora não seja um jogo propriamente de terror, ele consegue nos deixar aflitos em certas situações, ainda se estiver jogando sozinho.
É um título que vale a pena ser conhecido, jogado e apreciado.
*Este review foi realizado com uma cópia do jogo para computador, fornecida pela Perfect World
Desenvolvedor: Perfect World e Gunfire Games
Gênero: Ação em terceira pessoa
Disponível para: Playstation 4, PC e família Xbox One
Data de lançamento inicial: 20 de Agosto de 2019