*Este review foi realizado com uma copia disponibilizada pela Rockstar Games
13 anos se passaram desde que Red Dead Redemption foi lançado para PS3 e Xbox 360. O tão sonhado remake (que foi muito especulado nos últimos meses) acabou mostrando ser um simples port de um dos jogos mais aclamados da sétima geração de consoles, o que dividiu opiniões por uma série de motivos. Enquanto alguns fãs ficaram felizes em ver o título dando as caras novamente, outros ficaram revoltados com a falta de capricho da Rockstar neste relançamento.
Assumo que me identifiquei mais com o segundo grupo, exceto por um motivo: o port também foi anunciado para o Nintendo Switch. Dado as circunstâncias, eu sinceramente não vi motivo algum em adquirir a versão de PS4; por outro lado, jogar Red Dead Redemption em um console portátil é uma ideia surreal. Felizmente, o fiasco visto em GTA: The Trilogy não se repetiu aqui, pois este port está bem decente!
Jornada ao Oeste
Red Dead Redemption teve uma sequência basicamente perfeita em diversos aspectos, tanto técnicos quanto em termos de narrativa. Por esse motivo, acaba ficando muito difícil jogá-lo nos dias de hoje sem fazer uma pequena comparação – mas isso não prejudicou minha experiência em nada! Foi um grande prazer revisitar o Velho Oeste na pele de John Marston, o fora da lei que tanto amamos. O jogo envelheceu muito bem!
Caso você tenha jogado apenas o segundo (o que é perfeitamente possível, por se tratar de uma prequel) ou deixado passar ambos, vamos a uma breve sinopse. RDR nos introduz a uma região fictícia dos Estados Unidos e do México durante o início do século XX. O protagonista é John Marston, um ex-fora da lei que é coagido pelo governo norte-americano a caçar todos os membros remanescentes da sua antiga gangue. A partir disso, a vida do cara só vai ladeira abaixo.
Seguindo o padrão Rockstar, temos aqui um jogo de ação e aventura em um mundo aberto ambientado no Velho Oeste. O mapa é extenso, os personagens são profundos, o mundo é cheio de atividades e, não menos importante, temos tiroteios de sobra. A jogabilidade ainda permanece nos seus moldes mais antigos, mas não chega a incomodar. Continua sendo um título perfeitamente jogável e muito divertido!
Se você chegou a jogar o original, saiba que esta versão não tem absolutamente nada de novo. É exatamente o mesmo título de 2010 com uma leve alteração no filtro da imagem e um pouco mais de vegetação no chão (se você quiser levar o matinho extra em consideração, então temos uma novidade). O port acompanha o DLC Undead Nightmare, que é tão divertido quanto a campanha principal, mas não traz o multiplayer online – o que é até compreensível, mas sem dúvidas desvaloriza o pacote.
Vale a pena?
Essa provavelmente é a pergunta que mais vem atormentando os fãs de Red Dead Redemption e o principal motivo se dá pelo preço. A Rockstar resolveu cobrar R$ 249 por um mero port do jogo! Não se trata de uma remasterização, não tem conteúdo novo, não tem atualização de mecânicas – absolutamente nada inédito! Apenas a mesma experiência de 2010 e com menos conteúdo, considerando que removeram o multiplayer.
É fato que quem decidir encarar terá um excelente jogo com dezenas de horas de conteúdo. O port também recebeu localização em pt-br, então quem não entende inglês finalmente terá a oportunidade de usufruir da sua incrível história por completo. Contudo, se fosse para recomendar, eu indicaria apenas a versão de Switch.
Jogar RDR no modo portátil está simplesmente incrível, tanto visualmente como em termos de performance. Os gráficos estão perfeitamente fieis às versões de PS3 e Xbox 360 e o framerate é constante; para mim, é a única coisa que justifica pagar tudo isso em um port simplório desses. Já para a galera do PlayStation, não acho que valha tanto a pena, principalmente porque a versão de PS3 (que ainda tem o multiplayer) está muito mais barata que a de PS4 na PSN.
À medida de comparação, o remaster de Metroid Prime recebeu um trabalho visual excepcional e está saindo R$ 50 mais barato que este, que é apenas um port. Já para a galera do Xbox, dá para jogar o jogo em 4K e 60fps através da retrocompatibilidade (o que já é mil vezes melhor que qualquer versão), então nem existem motivos para lamentar o fato de terem sido deixados de lado desta vez.
Sendo assim, que fique claro que eu continuo recomendando vivamente o primeiro Red Dead Redemption – afinal, o segundo jamais seria o que é sem ele! Porém, se tratando deste port, os donos de um Switch saíram ganhando desta vez. No demais, a Rockstar pisou feio na bola, pois este título realmente merecia mais.