Rainhas do Crime é uma adaptação da HQ The Kitchen, da Vertigo, lançado nesta quinta-feira (8/8), em todo o Brasil. O longa é dirigido e roteirizado por Andrea Berloff, que já foi indicada para o Oscar de Melhor Roteiro Original, em 2016, com o filme Straight Outta Compton: A História do N.W.A.
Já que te contextualizei sobre quem deu voz por trás das câmeras, vamos à parte que interessa: vale a pena assistir Rainhas do Crime? Em bom e alto som, digo que não. E se você talvez, por ventura, tiver um pouco de curiosidade, assista em casa. Você poupará dinheiro e evitará frustrações.
Mas, poxa, é tão ruim assim? Não, ruim não é a palavra. Podemos dizer, na verdade, que o filme não possui ordem cronológica e, com isso, se torna cansativo e moroso. As cenas surgem, acontecem e, no momento em que uma explicação deve ser inserida, a câmera realiza um corte. A conversa parte para uma filmagem aérea que, por sua vez, volta para a cena inicial e, de repente, desconecta com tudo que estava sendo apresentado anteriormente.
O que mais entristece em Rainhas do Crime é o fato de que a história tinha potencial para ser interessante e, além disso, passar uma mensagem bacana para quem assiste, visto que o feminismo é a essência por trás do filme.
Resumidamente, três homens da máfia são presos pelo FBI em uma operação no bairro Hell’s Kitchen, o que, por consequência, prejudica a vida das suas esposas, que dependem integralmente dos seus maridos. A narrativa ocorre em 1978, portanto, é importante considerar o contexto político-social das mulheres nesse período propriamente machista, onde não havia espaço para as mesmas no mercado de trabalho.
Com a sentença de três anos de prisão para o trio de homens, as mulheres se veem na necessidade de ocupar o espaço na máfia. Interessante, não é? Pensando assim, a gente consegue até enxergar a possibilidade de uma história cativante, mas em 143 minutos de filme, nada te prende às telas, nem mesmo os dramas desenvolvidos.
De repente, três donas de casa indefesas conseguem comandar a máfia, gerando dinheiro e estipulando deveres e obrigações para os demais homens do grupo. De repente, a personagem mais frágil se torna a mulher mais autoconfiante e psicopata do filme. De repente, há a apresentação de mais um personagem no enredo. E depois outro. E depois mais um. Opa! Pera! E aquele primeiro que chegou? Pois é, sumiu. Como os demais somem rapidamente.
Rainhas do crime peca na apresentação e no desenvolvimento. Os personagens não são aprofundados, não emocionam e não trazem nada além de um bocejo nos créditos finais. Se você quiser encarar, fique à vontade. Depois, não diga que eu não avisei, viu.