*A análise de One Punch Man: A Hero Nobody Knows foi feita com uma cópia do jogo para PS4, cedida pela Bandai.
One Punch Man já é um anime bastante conhecido, que por satirizar o gênero de super-heróis e o shonen acabou atraindo vários fãs. A história de Saitama, o herói desconhecido que vencia todos os vilões com um único soco, mostrou-se carismática, original e bastante divertida. Entretanto, como será que um jogo baseado nesse universo iria se sair? Ainda mais um jogo de luta onde o personagem vence seu oponente com um único soco? Isso foi tarefa para a Bandai Nanco e ela foi realizada, mas será que com sucesso?
Não sei o porquê desse questionamento se você provavelmente já viu as notas e o resumo ali em cima, mas enfim, vamos a análise.
Amalgama de personagens
O jogo já começa nos permitindo criar o nosso personagem, podemos mudar sua altura, tamanho dos pés, mãos, cabeça, escolher o gênero e por aí vai. As peças de roupas, opções de cabelo, e outros itens cosméticos são dos personagens do anime, ou seja, não criamos um personagem 100% original. No início temos poucas opções para customizar o protagonista, entretanto, o modo de customização não decepciona, pois a medida que avançamos podemos desbloquear mais itens para os nosso personagem.
Para desbloquear mais itens de customização devemos realizar as missões dos personagens, ou as missões da campanha, assim ganhamos dinheiro para comprar itens e em certas missões também ganhamos afinidade com um determinado personagem que nos permite libertar mais peças.
Ainda na parte de criação de personagem, devemos escolher o nosso estilo de combate. O jogo nos oferece algumas opções de Battle Type e outras são desbloqueadas com o tempo. Dentro dos Battle Type temos os Killer Moves, movimentos especiais que são realizados no apertar de apenas dois botões. De início começamos apenas com um Killer Move desbloqueado, mas a medida que evoluímos o battle type vamos liberando mais killer moves e deixando o nosso protagonista mais over power, entretanto esses golpes especiais também são retirados de personagens do anime, não existe aquele golpe que é somente seu.
Podemos alterar nossa aparência e battle type sempre que desejarmos e assim encontrar a jogabilidade que melhor vai agradar o jogador. Eu joguei bastante vom o Phisiacl Type, achei bem apelão.
Andando pelos becos
Depois de criar nosso personagem, no casso eu criei essa coisa linda aí de cima, vamos para a cidade. Não espere nada grande ou inovador, ela se parece muito com o sistema que a Bandai vem usando em seus jogos de luta, onde temos uma pequena área para explorar e falar com pessoas que vão nos dar opções de luta (online ou local), passar as missões, interagir com personagens, e etc. o que já foi visto em Dragon Ball Xenoverse II, Dragon Ball FighterZ (Mas aqui é mais simples) e até Jump Force.
Ou seja, o jogo te força a explorar o mapa para realizar tarefas que poderiam simplesmente estar em uma tela de opções. Explorar o mapa é cansativo, por é muita informação para pouco espaço, e a grande maioria dos personagens estão parados esperando você interagir com eles. Ou só passar por eles, já que alguns inimigos ficam a espreita esperando você passar perto e assim vão te seguir até te alcançar e começar um combate.
Dos lugares que você explora o mais importante é a Association HQ, pois lá é onde encontramos as opções de luta e missões principais que vão te ajudar a subir de ranking e ganhar dinheiro.
Embora esteja bastante cheio de personagens e npcs, a cidade é vazia e sem carisma.
A justiça não descansa!
Para um jogo de luta, o combate é bastante simples e pobre. As animações de combate não parecem tão fluídas como em jogos de lutas atuais, os combos são esquisitos e repetitivos, geralmente compensa mais usar killer moves ao invés de combar o oponente. Além claro, dos vários killer moves repetitivos que podemos fazer ou receber dos personagens, deixando tudo com cara de mais do mesmo.
Durante o combate podemos receber o auxílio de outro personagem que está a caminho. Ele chegará em um tempo cronometrado por um relógio, podemos reduzir esse tempo acertando o oponente com killer moves, ou combos. Quando o herói chega, ele será o nosso segundo lutador, e isso pode fazer a diferença em algumas lutas.
Outra faceta interessante no combate de One Punch Man são os eventos imprevisíveis que acontecem nos cenários, podemos estar brigando e de repente meteoros começam a cair no campo de batalha e isso pode virar o jogo ou para você ou para o seu oponente.
Itens também podem cair do céu e quem os pega tem seus atributos melhorados.
RPG ou jogo de luta?
A campanha do jogo é focada na primeira temporada do anime, mas claro é contada de forma diferente porque nosso personagem está lá. Ao terminar as missões principais, que são ligadas a história do anime, recebemos pontos de experiência e subimos de ranking, entretanto existem várias outras sub-missões e missões secundárias que podemos fazer para ganhar mais experiência e aumentar nosso nível mais rápido. Tanta opção deixa o jogador perdido, mas de um jeito bom, pois sempre vai ter algo para fazer, por mais que seja repetitivo, já que essas missões consistem apenas em brigar com outros personagens.
O sistema de progressão é bastante notável, pois ao passar de nível podemos evoluir nossos atributos, melhorando nosso HP, força, a força dos killer moves, tempo de recarga da nossa energia, entre outras opções. Se não consegue bater em um vilão agora, basta evoluir mais e depois voltar lá para descer a pleura no infeliz.
Como um RPG, One Punch Man traz tais elementos de forma simples e direta, sem precisar de uma árvore de habilidades gigantesca e confusa.
ONE PUUUUUUNCH!
Jogando com Saitama a coisa muda de figura! Durante a campanha, quando ele aparece nas lutas, o combate realmente é resolvido com um único soco e ele não leva dano do oponente, ver isso é tão engraçado quanto no anime. Já quando jogamos uma luta no online o offline, o jogador que escolher usar o Saitama terá o herói como o terceiro personagem do grupo e durante o combate jogará apenas com dois lutadores, isso porque o careca mais forte do universo estará chegando ao campo de batalha somente dentro de vários segundos, então esse jogador deverá sobreviver até a chegada do herói para depois poder usá-lo, e quando Saitama chega ele vence tudo em um só soco. Claro que é apelação, mas deixa tudo mais cômico!
Considerações finais
One Puch Man é mais um action RPG do que um jogo de luta, mas é bastante simples nos que traz dos dois gêneros. Sua customização traz uma boa variedade de itens e golpes, mas nada que crie algo realmente original. É um jogo feito somente para os fãs do anime, e talvez nem todos os fãs.
Desenvolvedor: Bandai,Spike Chunsoft, Chunsoft
Gênero: Luta, RPG
Disponível para: PlayStation 4, Xbox One e PC.
Data de lançamento inicial: 27 de fevereiro de 2020