Fazia um tempo que eu não assistia a um filme em que eu chorava durante ele quase inteiro. Não é exatamente o meu tipo de filme, mas abro uma exceção para o Tom Hanks. Em O Pior Vizinho do Mundo, Otto (Tom Hanks) é um senhor ranzinza que acabou de se aposentar e não tem planos de curtir o tempo livre. Sua rotina envolve fazer a ronda na sua rua, verificar se todos os carros estão com o papel da permissão para estacionar, garantir que o portão está fechado e, principalmente, não ser incomodado. Apesar da antipatia, perfeccionismo incorrigível, indiferença com os outros, grosseria e monossilabismo, é muito, muito, difícil não gostar dele.
Enquanto vemos Otto (O-T-T-O, como ele gosta de soletrar) no presente, existem muitas cenas de flashbacks para quando ele era mais jovem (e aí está o maior acerto do filme), interpretado pelo seu filho, Truman Hanks, que nunca havia atuado, mas se saiu muito bem. Absolutamente todos os vizinhos são apaixonantes, e que show de atuação de Mariana Treviño, a Marisol.
É um filme muito simples, com uma história profunda e muito bonita. Digo que os melhores filmes são aqueles que nos fazem rir enquanto choramos, e esse é inteiro assim. O Pior Vizinho do Mundo é uma excelente combinação de uma história bem feita, o livro sueco Um Homem Chamado Ove, com um roteiro bem-adaptado e atores estupendos. Vá ver! E se você usa maquiagem, não a recomendo para esse dia.