Mulher maravilha 1984, o aguardado filme da DC que acabou sendo adiado por conta da pandemia, com a maravilhosa Gal Gadot, como Mulher Maravilha, Chris Pine retorna como o piloto sidekick Steve Trevor. Dirigido e escrito por Patty Jenkins e com trilha sonora de Hans Zimmer.
O filme é uma continuação do primeiro Mulher Maravilha (2017) que teve a participação de Zack Snyder, e antes dos eventos de Batman Vs Superman: A Origem da Justiça. Após o confronto com Ares e a morte de seu amado, Steve Trevor, Diana fica afastada de relacionamentos amorosos, o que é uma pena, ver uma diretora mulher fazer uma personagem tão poderosa e feminista como a Mulher Maravilha ter um pensamento tão machista, de ficar presa a um único homem, achei um pouco retro, bem 84 mesmo.
Diana agora trabalha no Museu Nacional de História Natural Smithsonian e segue uma vida pacata de civil, mas atuando como vigilante nas suas horas livres, e a primeira vez que a vemos em ação é logo no começo do filme, quando uma joalheria que servia de fachada para contrabando de peças históricas roubadas é assaltado no shopping.
O filme com um plot um pouco confuso, traz cenas desnecessárias de puro fanservice, que não tem nenhum propósito na história principal, sendo utilizadas apenas para apresentar elementos clássicos da mulher maravilha, numa tentativa mal feita de tentar agradar antigos fãs, mas que não consegue ser bem executado. O personagem que acaba sendo o principal vilão da história, tem habilidades que não são bem explicadas no inicio, deixando a gente um pouco confuso, além disso, ele é uma pessoa totalmente distante de Diana, e com propósitos pouco convincentes, mas que acaba mostrando como uma pessoa comum pode se tornar uma grande ameaça, e a responsabilidade de se ter grandes poderes.
Com isso, infelizmente uma personagem que poderia ter sido bem melhor trabalhada e que tem no papel a excelente atriz Dra. Bárbara Minerva (Cheetah, interpretada por Kristen Wiig do Saturday Night Live) acaba sendo mal aproveitada, quem na minha opinião deveria ter sido a principal e única vilã do filme, se a amizade dela tivesse sido melhor explorada e desenvolvida, para depois as duas se tornarem grandes rivais e por fim inimigas, teria sido um plot bem mais emocionante e emocional tanto para Diana, quanto para a audiência, ainda por cima se tornando uma história sobre mulheres, e não sobre duas mulheres brigando por causa de homens, hahaha, mas tudo bem.
Por fim, Inacreditavelmente Steve Trevor acaba sendo um personagem importante e interessante durante a história, mesmo com os problemas de roteiro que o filme apresenta, ele consegue ser uma voz sensata em meio a confusão do vilão e de Diana, e traz cenas engraçadas e de ação, se tornando realmente importante em confrontos onde consegue dar bom suporte a Diana, e ajudar a mantê-la em seu caminho da verdade.
O filme é visualmente bonito, mas tem efeitos estranhos, principalmente quando Diana está correndo, o que me incomodou bastante, as cenas de lutas são boas, mas parecem estar um nível abaixo dos outros filmes da Mulher Maravilha, não tendo coreografias tão impactantes, ou com movimentos simplesmente esquisitos, fora o abuso no uso do laço e algumas incoerências de modo geral.
A trilha sonora de Hans Zimmer é boa, mas não tem nenhum momento marcante, onde a trilha casa com o combate e nos vemos empolgados e lembramos da ação, acredito que principalmente porque o confronto final acaba sendo um pouco anticlimático, trazendo uma mensagem de amor e paz, que não agradou muito.
Mulher Maravilha 1984 acaba se tornando um filme um pouco vazio, o fato de se passar em 1984 é pouco relevante para a história, e o plot além de ser confuso é bastante mal executado, é triste ver um filme assim, de uma personagem tão interessante e importante, ainda mais com atrizes incríveis como Gal Gadot e Kristen Wiig, espero que Mulher Maravilha consiga retornar com um filme melhor, e que a DC encontre seu caminho.