A review de Mortal Kombat 1 foi realizada por uma cópia disponibilizada pela Warner Bros. Games.
Mortal Kombat, que iniciou seu reboot em 2011, passa por outra transformação em 2023. Desta vez, a narrativa se desdobra de maneira mais detalhada e envolvente, com Liu Kang emergindo como o Deus do Fogo e o arquiteto da realidade.
Após a vitória de Kang nos eventos de Mortal Kombat 11: Aftermath, o ex-monge Shaolin foi agraciado com o domínio do tempo, concedendo-lhe a capacidade de reescrever a história e reformular os reinos do universo. Seu objetivo: forjar uma linha do tempo que reduza a violência, o caos e a guerra que assolaram o universo anterior. Liu Kang desempenhou um papel notável na criação de uma existência equilibrada para todos. No entanto, o guerreiro logo perceberá que a paz é efêmera e que a batalha é uma constante na vida.
Experiência e visual deslumbrante
Vamos começar pelos pontos altos de Mortal Kombat 1: os cenários e o design dos personagens, que são verdadeiramente espetaculares. Os detalhes minuciosos nos cenários, como clientes de bares se esquivando ou fogos de artifício em festivais ao fundo, os contrastes entre as cores, criam um universo visualmente rico. No entanto, nos jogos mais recentes, Mortal Kombat sempre se destacou pela interação dos personagens com os cenários, o que está ausente em Mortal Kombat 1. Não é possível usar elementos do cenário contra seu oponente, e até mesmo o Stage Fatality é escasso, exceto na mansão de Johnny Cage.
Os desing dos personagens também merecem destaque. Se você não está jogando no Nintendo Switch, notará uma evolução marcante nas expressões faciais de cada lutador. Os detalhes nos designs dos personagens principais são ricos e refletem suas personalidades. No entanto, vale a pena mencionar que os personagens “kameos,” não receberam o mesmo tratamento de destaque.
Explorando os Kameos
Os Kameos introduzem vários ataques acionados com o botão R1 e uma direção no D-pad. Embora os novos jogadores possam inicialmente se sentir sobrecarregados e optar pela luta padrão, saiba que o sistema de Kameo está totalmente integrado às mecânicas do combate, incluindo combos iniciais, bloqueios, arremessos e contra-ataques. Esta integração é essencial para o sucesso no combate, quero dizer… no kombate. Os Kameos são ativados automaticamente durante os Fatal Blows e possuem seus próprios Fatalities.
Admito que detestei essa nova forma de jogar, como dito acima, ela é obrigatória, e os kameos realmente são apenas “participações especiais”, ou seja, você não controla eles como em um “Marvel vs Capcom”, então se você é fã do Jax, Sonya Blade, Kano ou (nem sei se existe) fã do Striker, contente-se em só vê-los nessas pequenas participações. Sim, temos outros personagens que compõem o elenco de kameos, mas esses são os mais clássicos e mereciam mais destaque do que isso.
Os kaemos também trazem um visual que destoa dos outros personagens jogáveis, pois estes trajam roupas cheias de detalhes e adornos, como dito mais acima, enquanto os kameos tem um design inspirado em seus visuais originais, que são extremamente mais simples, um apelo a nostalgia que ficou forçado.
A Invasão começa
O modo Invasão é algo novo à franquia, disponível desde o início do jogo. Neste modo, os jogadores avançam um quadrado de cada vez, tomando decisões de caminhos em sua jornada. Cada quadrado oferece a oportunidade de enfrentar um inimigo e ganhar recompensas que variam de itens cosméticos a moedas do jogo. Cada cenário na Invasão é baseado em um personagem específico.
O primeiro cenário funciona como um tutorial, ambientado na mansão de Johnny Cage. Para começar, os jogadores devem avançar em direção à porta da frente, onde enfrentarão um inimigo para obter a chave de entrada (porque, é claro, Johnny a perdeu). Cada quadrado adiante cria sua própria mini-história baseada no anterior. Embora o modo introduza elementos de RPG, a jogabilidade se resume a lutar e avançar. A NetherRealm promete adicionar novos lutadores e conteúdo sazonal, mas é lamentável que o modo não seja dublado.
Um mundo novo, velhos desafios
A introdução da campanha de Mortal Kombat 1 começa com a narração de Liu Kang, explicando como ele forjou este novo universo em busca da paz. No entanto, rapidamente percebe que algo ameaça essa tranquilidade, e é aí que a verdadeira trama se desenrola.
Apesar de alguns elementos da história parecerem um tanto desconexos, como a participação de Johnny Cage, a dublagem em português e a cinematografia do jogo são absolutamente impressionantes. Os personagens interagem de maneira cativante, tornando a campanha de seis a sete horas uma experiência memorável, repleta de referências aos jogos anteriores da série.
Mortal Kombat 1 não apresenta uma trama séria, com desenvolvimento de personagens, mas traz umas das campanhas mais envolventes da franquia, se não a melhor dela.
Personalização extremamente limitada
O sistema de customização, que se estreou de forma excepcional em Injustice 2 e foi introduzido de forma mais modesta em Mortal Kombat 11, não atinge seu potencial em Mortal Kombat 1.
Embora a customização esteja presente, ela é mais limitada em comparação com os jogos anteriores. Os jogadores podem modificar apenas um item de cada personagem e adquirir algumas skins ao completar a campanha e o modo Invasão.
No entanto, as modificações feitas afetam a versão principal do personagem. Por exemplo, se você equipar óculos azuis em Johnny Cage, ele sempre os usará esses óculos em partidas online ou com amigos, a menos que você altere o item nas configurações de customização e não na tela de selecionar o lutador. Esta abordagem difere de Mortal Kombat 11, onde os jogadores podiam criar até quatro versões personalizadas de um mesmo personagem e escolher a que desejavam usar em combate.
Considerações Finais
A campanha de Mortal Kombat 1 cumpre o que promete: trazer uma nova história de algo que conhecemos, e isso o jogo executa de forma muito boa. Porém, retrocede em outras mecânicas já bem estabelecidas na franquia, além de que os kameos são simples e sua adição não é tão inovadora quanto prometeram para o gênero de luta.
Distribuidora: Warner Bros. Games
Desenvolvedora: NetherRealm Studios
Gênero: Luta
Disponível para: PlayStation 5, Xbox Series S/X, PCs e Nintendo Switch
Data de lançamento inicial: 19 de setembro de 2023