Grande, barulhento e cheio de humor não intencional, Moonfall estreia nos cinemas brasileiros sendo um prato cheio para os fãs de catástrofes planetários ou para quem prefere um filme recheado de bobagens pseudo científicas.
Aliás, não poderia ser diferente quando se trata de uma obra do cineasta Rolling Emmerich, o mestre dos dedastres (Independece Day, O dia Depois de Amanhã, 2012) que retorna em Moonfall para destruir o mundo em um épico fadonho, onde a escala é tão grande quanto os furos da trama.
A verdade é que Moonfall é descaradamente maluco do início ao fim, mas que poderia ter sido brilhante se feito para tal. O filme é uma completa bagunça com um enredo caótico e atuações de contorcer o estômago de qualquer cinéfilo.
No entanto, tem lá as suas qualidades levando em consideração a finalidade de Emmerich: entreter ridiculamente o espectador.
No filme, uma força misteriosa tira a Lua de sua órbita e a lança em rota de colisão com a Terra. Com o mundo à beira da aniquilação, e ex-astronauta Jo Fowler (Halle Berry) está convencida de que tem a solução para salvar o planeta – mas apenas um astronauta de seu passado, Brian Harper (Patrick Wilson) e um teórico da conspiração KC (John Bradley) se voluntariam para a missão e descobrem que a Lua não é o que pensávamos que fosse.
De fato, o épico pode te deixar bem feliz na maior parte do tempo, aliás, Moonfall tem tudo para um telão de cinema, uma premissa apocalíptica, cenários de ação gigantescos e efeitos visuais alucinantes. Moonfall só não consegue ser mais absurdo e exagerado que 2012, porém, traz níveis de loucura melhor executadas das outras produções de Emmerich.
O que impressiona é a não sutileza que o diretor decide utilizar nessa trama, não se preocupando nadinha em utilizar a ficção a seu favor. Ele se comprometeu de verdade com as maluquices que a história oferece. Por isso chega a ser absurdo como Moonfall beira a estupidez e consegue ser tão divertido e empolgante.
Para deixar tudo ainda mais fora do comum, Moonfall é carregado de efeitos visuais pesados em CGI, que em alguns momentos ficam patéticos como nas cenas finais onde se ver claramente os personagens em primeiro plano e a tela no fundo. É de chorar levando em consideração os US$ 150 milhões investidos na produção do filme.
O que poderia ser um triunfo de Moonfall seria o seu elenco estelar. Além de Berry, Wilson e Bradley, o filme ainda inclui Michael Peña, Charlie Plummer, Kelly Reilly e Chris Sandiford que tem seus personagens inexplorados e banais, que no final das contas são totalmente inúteis na história.
Apesar de tudo, Moonfall ainda é uma boa opção para o puro entretenimento e nada mais que isso. Um filme terrivelmente ritmado, uma catástrofe desarticulada que poderia facilmente se igualar a um cenário apocalíptico real se algo do tipo viesse a acontecer. Fãs de Christopher Nolan passem bem longe ou vão preferir que a Lua realmente saia de sua órbita e destrua a terra.