Um dos fatores que mais chama a atenção no entanto, é a audiência, que alcança números que nem mesmo os esportes mais tradicionais conseguem. Em 2019, a final da Copa do Mundo de League of Legends – um dos torneios mais conhecidos do mundo – registrou a incrível marca de 99,6 milhões de espectadores. No mesmo ano, o número de pessoas que assistiram os campeonatos de jogos eletrônicos foi de 453,8 milhões, um aumento de 16,3% em um ano.
No Brasil, houve um crescimento de 20% em audiência no ano passado, com 21,2 milhões de espectadores, se tornando assim a terceira maior audiência no mundo, atrás apenas da China e dos Estados Unidos. “O mercado de eSports tem crescido de forma exponencial, mas isso não é um fenômeno novo. Prova disso é a Twitch, fundada em 2011, e adquirida pela Amazon três anos depois em uma negociação de 970 milhões de dólares, tamanha influência desse segmento no mundo desde então”, afirma Pedro Oliveira, cofundador da OutField Consulting , consultoria focada nos negócios do esporte e do entretenimento.
De acordo com uma pesquisa da consultoria PwC, o mercado de games nacional deve crescer a uma média de 5,3% até 2022. Somando jogos de console e PCs aos jogos mobile, o faturamento total dos jogos digitais no Brasil para o mesmo ano está estimado em mais de 1,75 bilhão de dólares, um crescimento de mais de 250 milhões de dólares. “Os torneios atraem milhões de pessoas e se mantém em alta mesmo com a pandemia. Isso porque as competições tiveram sua origem no mundo online e estamos lidando com plataformas que naturalmente possuem um forte engajamento de seus participantes”, analisa o especialista.
A atratividade do mercado é tamanha que tradicionais Clubes de futebol, como Flamengo, Corinthians, Santos e Cruzeiro já estão nos esportes eletrônicos. Não apenas os clubes, mas outras grandes companhias já tem enxergado o potencial deste mercado como Intel, Coca-Cola, RedBull, Netshoes, Submarino, Kalunga, BMW, Unilever, Lupo, e Vivo. Porém, ainda há muito o que ser explorado.
“Diversas marcas, principalmente de fora do segmento esportivo, ainda não enxergam como elas podem contribuir e estarem presentes dentro deste cenário. A maioria, na verdade, nem ao menos pensa em se aproximar, considerando que este é um mercado ainda distante da sua realidade”, aponta Oliveira. Com o país tendo um cenário tão promissor, muitas empresas podem focar em produtos diferenciados e colaborar com os fãs brasileiros que poderão contar com cada vez mais opções para acompanhar seus eSports favoritos nos próximos anos.