Além de assassino de tartarugas, nosso querido amigo Mario também é um baita de um atleta, provavelmente sendo o esportista mais versátil que este mundo já viu. Após de um hiato considerável entre o Wii e o Switch, Mario Strikers finalmente está de volta com Battle League, um título que tenta resgatar tudo que os outros dois jogos têm de bom e ainda adicionar um fator competitivo mais atrativo para quem curte bater bola com os personagens da Nintendo.
Agora com um elenco de personagens mais famosinho, possibilidade de equipar cada membro do seu time de diversas formas e até mesmo um sistema de clubes para o modo online, Battle League é a experiência definitiva do “futebol do Mario” – mas ainda deixa a desejar em vários aspectos. Por mais que seja bastante divertido e ainda melhor de se jogar com amigos, este jogo nunca deixa de transmitir a sensação de que carece muito de conteúdo.
De volta ao jogo
Para quem ainda não é familiarizado com a série, a premissa é simples: seria como trazer toda aquela essência de competição injusta que temos em Mario Kart para um jogo de futebol. Agora disputadas em times de cinco contra cinco (onde o quinto jogador é o goleiro, controlado pela CPU), as partidas se passam em arenas protegidas por cercas elétricas e aqui vale tudo: fazer gol de mão, dar voadora na cara do adversário, soltar uma bomba nos oponentes e por aí vai.
No geral, Mario Strikers: Battle League é um jogo fácil de jogar, mas muito difícil de dominar. Mesmo com um tutorial bem robusto no início, existem muitos comandos e cada um deles é importante para um fator dentro do jogo, então decorar todos e aprender a usá-los na hora certa é essencial. Para os iniciantes, isso vai parecer impossível no começo, pois é tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo que você nem sabe para onde olha. Lembrar de tantos comandos na hora da ação é um tanto complicado e a inteligência artificial da CPU não perdoa, então prepare-se para levar boas surras até as coisas darem certo.
Diferente dos demais, agora o time inteiro é formado por personagens famosos da franquia e os minions acabaram sendo descartados. É legal poder escalar sua equipe com rostos conhecidos, mas a variedade de personagens é tão baixa que acabou tirando toda a graça da coisa. Não adianta você ter essa liberdade sendo que o outro time poderá repetir o mesmo elenco, então faltou capricharem mais nesse ponto, pois o que essa franquia tem de monte são personagens para adicionar. Um jeito muito simples de resolver isso seria dividindo os times entre “bom” e “mal”, com aliados do Mario de um lado e capangas do Bowser do outro. Como são poucos, acabou ficando tudo junto e misturado.
O que diferencia os personagens entre si são cinco atributos que definem seu desempenho em campo. Alguns são mais balanceados, como o Mario, enquanto outros são especialistas em força bruta, como Bowser e Donkey Kong; ainda existem aqueles mais rápidos, os que chutam melhor e por aí vai. Outro diferencial do Battle League é a possibilidade de equipar seus personagens individualmente, com diferentes acessórios que aumentarão certos atributos. Dessa forma, você consegue deixar seu personagem preferido do jeito que preferir e ainda montar um time mais balanceado. O problema é que, para isso, você precisará de moedas, muitas delas! Isso significa que será necessário jogar muito.
Futebas com os parças
Mario Strikers: Battle League também deixa a desejar na variedade de modos, que no geral não agrada muito. Temos um modo de jogo rápido, para quem quer tirar apenas uma partidinha sem compromisso; o modo de campeonatos, em que cada torneio te coloca contra times especializados em um determinado atributo dos seus personagens, e por fim o modo online, que é a cereja do bolo aqui.
Para quem curte mais singleplayer, o jogo já será uma decepção em si, pois não tem muito conteúdo para lobos solitários. O modo de campeonatos é o que chega mais perto de uma campanha, mas ainda não é nada demais. Diferente de um Mario Tennis ou Mario Golf da vida, o foco da Nintendo para este jogo é bem claro: ou você joga com seus amigos ou você sofre. O multiplayer se faz presente em todos os modos, sendo possível jogar partidas com até oito jogadores localmente, campeonatos com mais três amigos (também local) e o online com times de oito, cada um no seu console.
No modo online, chamado de Strikers Club, você pode criar um time todo customizado com brasão, uniforme e até estádio. Depois, será preciso preencher as posições deste time com jogadores de verdade, onde cada um controlará um personagem à sua escolha (podendo ser substituído pelos demais em caso de ausência). Aqui entra a parte mais legal de customizar seus personagens com equipamentos, já que cada um carregará sua própria versão para o time, então é como se você tivesse uma participação real naquela equipe.
No final, Mario Strikers: Battle League acaba sendo carregado pelo multiplayer online, já que o conteúdo offline é pobre e limitado. Quem não curte muito jogar com estranhos provavelmente vai abandonar o jogo bem rápido, principalmente porque o problema de escassez de conteúdo não está somente nos personagens ou nos modos, mas em tudo: são poucos equipamentos para comprar, poucas trapaças para usar em campo, poucos estádios, pouco tudo!
Em compensação, ao menos o jogo está localizado em português, o que vai ajudar bastante principalmente nos tutoriais, que é onde têm mais texto. Outro ponto positivo é que os gráficos estão bem legais, explorando bastante a capacidade do Nintendo Switch, então assim como os demais títulos de esportes do encanador, Mario Strikers está bonitão. Quanto ao restante, apenas reforço o que já foi dito: se você não curte jogar online ou não costuma jogar multiplayer local com frequência, pode acabar não curtindo tanto Battle League quanto poderia.