Com o Switch caminhando para seu oitavo ano de vida, parecia improvável vermos a série Mario & Luigi fazendo sua estreia no console. Em 2016, Mario & Luigi: Paper Jam trouxe recepções mistas no 3DS e, desde então, a dupla nunca mais se reuniu dentro do seu próprio RPG. Para nossa surpresa, a Nintendo tinha um título inédito guardado para os 45 minutos do segundo tempo – Mario & Luigi: Brothership!
Nossos irmãos preferidos retornam em uma aventura com um novo estilo gráfico e algumas novidades para temperar seu gameplay – que convenhamos, já está bastante manjada. Assumo que fiquei um pouco receoso com Brothership, principalmente porque faz pouco tempo que tivemos o relançamento de Paper Mario: The Thousand-Year Door. São dois RPGs de turno que, querendo ou não, possuem uma fórmula muito semelhante.
Felizmente, a Nintendo nunca falha em me surpreender – de uma forma positiva, na maioria das vezes.
Que comece a broderagem!
Em Mario & Luigi: Brothership, nossa querida dupla é sugada para o misterioso mundo de Elétria, onde tudo é curiosamente relacionado à eletricidade. Ali conhecemos a simpática Tetê e o mascote (que não é um porco) Pligue, que estão na árdua missão de reconectar o continente através da Arbolux – a árvore responsável por produzir energia para todos naquele mundo.
Os irmãos aceitam ajudá-los prontamente, não só para restaurar Elétria, mas também para conseguirem retornar ao Reino dos Cogumelos. Contudo, não demora muito para descobrirmos que existe toda uma conspiração envolvendo um vilão chamado Ampério e um plano de dominação territorial.
Antes de mais nada, é importante ressaltar que esse é mais um jogo da Nintendo totalmente localizado em português – e com maestria, diga-se de passagem! Ele possui ainda mais diálogos que The Legend of Zelda: Echoes of Wisdom, então esse é um detalhe que faz toda a diferença. Todos os termos, piadas e nomes foram perfeitamente adaptados, deixando essa aventura ainda mais crocante para nós, brasileiros.
Logo de cara, a primeira coisa que os veteranos vão notar é o visual, que está bem diferente dos outros títulos. Aqui a Big N optou por utilizar um estilo com cel shading, visando simular um desenho animado. Particularmente, gostei bastante dessa mudança, pois deu mais identidade visual para a série. Além do mais, todos os personagens (com destaque para Mario e Luigi) são muito bem animados, trazendo uma semelhança inusitada com os Looney Tunes.
Desbravando os mares
Mario & Luigi: Brothership nos introduz em uma aventura marítima, onde nosso principal objetivo é explorar pequenas ilhas e reconectá-las a Arbolux. A campanha dura cerca de 30 horas e é dividida em vários tipos de ambientes diferentes, explorando ao máximo esse conceito de ilhas. O fato de nenhum local ser obrigatoriamente semelhante ao outro deixa tudo bem interessante!
Nenhuma ilha traz um trecho de gameplay muito extenso, então são todos lugares rápidos de explorar e com avanços singelos na história. Os desafios propostos também são bem diversificados, não somente no combate, mas também nos puzzles. Aqui, a mecânica de controlar ambos os irmãos foi explorada até o limite, fazendo de Luigi um verdadeiro protagonista e não um mero coadjuvante.
Luigi participa muito de toda a exploração, podendo auxiliar em puzzles e, em alguns casos, até solucionando tudo por conta própria – como acontece quando ele tem uma “Luigideia”. Podemos dizer que todos esses desafios se resumem a diferentes minigames que, em suma, exploram vários tipos de Quick Time Events e ações rítmicas. No combate não é diferente.
As batalhas de Brothership estão mais interessantes que nos outros jogos, recebendo novidades bem bacanas. Agora, os turnos se dividem entre ataque e defesa, permitindo desviar ou até mesmo contra-atacar com ambos os personagens através da lógica dos QTE. A adição dos ataques especiais e dos plugues também foi muito bem-vinda em termos de estratégia, possibilitando trazer abordagens diferentes para uma fórmula que se torna repetitiva rápido demais.
Entretanto, esse ainda é um problema em Mario & Luigi: Brothership. O jogo inevitavelmente se tornará repetitivo, especialmente nos combates. Por mais que seu grau de desafio seja justo, no geral a dificuldade não é muito alta e, para alguns, a falta de desafios mais elevados também poderá se tornar um problema.
Já no que diz respeito à performance, os velhos problemas de quase todo exclusivo do Switch permanecem aqui. O jogo sofre com framedrops ocasionais e, para os padrões modernos, tem loadings até demais. Sempre que entramos em uma batalha, precisamos esperar cerca de cinco segundos para iniciá-la – e o mesmo vale para quando as concluímos. Nada é instantâneo aqui, um detalhe certamente incômodo para o gamer mal acostumado pelos SSDs.
Ainda não sei ao certo se Mario & Luigi: Brothership é o melhor jogo da série, mas sem dúvidas ele agrega muito valor ao conjunto. É um game divertido, simpático, cheio de personagens carismáticos e acessível para qualquer tipo de jogador, independente da sua idade ou nível de habilidade. Com isso, o Switch recebe seu último exclusivo inédito antes de Metroid Prime 4 e Pokémon Legends Z-A. Não sabemos o que a Nintendo está planejando para 2025, mas vem coisa boa por aí.