Estamos vivendo um ano histórico para o futebol americano no Brasil. No dia 6 de setembro, São Paulo sediará o primeiro jogo da NFL na América Latina, provando como o esporte vem ganhando um espaço sem precedentes em solo brasileiro. Com uma quantidade crescente de fãs, é de se esperar que a popularidade da franquia Madden NFL também cresça por aqui – e tudo vai depender do quanto a EA está empenhada em entregar um produto decente.
Já tem muitos anos que analiso os lançamentos anuais da franquia e, felizmente, o momento é de otimismo. Depois do grande fiasco de Madden NFL 21, a EA parece ter levado as críticas para o lado positivo; os jogos que vieram depois foram melhorando continuamente, apesar de ainda estarem longe do que podemos chamar de “ideal”. Madden NFL 25 tem boas qualidades e possivelmente o gameplay mais imersivo já visto na série, mas infelizmente ainda não saiu do “quase”.
Gameplay de impacto
Desde a edição 23, a EA passou a investir pesado em uma mecânica que eles chamam de Fieldsense, que incluiu diversas animações inéditas que variam de acordo com a física do jogo. Em suma: o peso e a altura dos jogadores passaram a desencadear reações condizentes em seus movimentos, deixando as coisas bem mais interessantes e dinâmicas.
Madden NFL 25 já é o terceiro jogo a explorar esse recurso, trazendo a experiência mais refinada até então. A tecnologia denominada “Boom Tech” é realmente impressionante, com uma variedade de movimentos absurda! Antigamente, os tackles sempre eram resumidos a meia dúzia de animações, o que deixava o jogo muito robótico e pouco natural. A situação está bem diferente agora.
As características próprias de cada jogador são determinantes nesse processo, então dificilmente você verá animações se repetindo com frequência. Um brutamontes pode facilmente “matar” um adversário menor, assim como o efeito contrário também é notável. Ouso dizer que nunca foi tão divertido jogar um Madden, pois agora é realmente possível se sentir no comando de um jogo de verdade.
Outras diferenças relevantes podem ser encontradas no Franchise Mode e na customização geral do jogo. Criar um jogador à sua imagem ainda será bem complicado, mas ao menos o jogo disponibiliza muito mais opções do que antigamente – que convenhamos, sempre foi péssimo nesse quesito. Já para quem gosta de criar um time do zero, a ferramenta está melhor do que nunca, superando até mesmo o que foi visto no College Football 25.
Jogo novo, problemas velhos
Não podemos deixar de elogiar todos os acertos de Madden NFL 25, mas é igualmente impossível de ignorar seus defeitos – que em sua maioria, permanecem sendo os mesmos encontrados ano após ano na franquia. Enquanto a física e as animações estão mais realistas, toda aquela simulação do “universo NFL” continua problemática.
Um exemplo: quem for jogador o modo Superstar vai se deparar com as famosas cenas do Draft e outros eventos famosos da liga. Tudo acontece como na vida real: Roger Goodell vai subir no palco, chamar o jogador escolhido, cumprimentá-lo e tirar uma foto; em alguns casos, haverá novatos atendendo à seleção direto de suas casas, como vem acontecendo bastante ultimamente. O problema é que todas essas cenas possuem um ar no mínimo bizarro e pouco condizente com as tecnologias do momento.
Dito isso, o modo Superstar continua sendo um elemento fraco e pouco estimulante, até mesmo para quem é viciado no esporte. A falta de realismo combinada com o sistema de criação de personagem (que mesmo aprimorado, ainda peca) deixam muito a desejar, então você provavelmente vai acabar passando a maior parte do tempo em partidas online ou no bom e velho Franchise.
Enquanto a experiência no campo foi aprimorada, o que acontece fora dele continua tão superficial e estranho como costumava ser. Já para os novatos, o modo My Ultimate Team permanecerá com o mesmo problema de sempre; jogo Madden há anos e a cada novo lançamento penso comigo mesmo: “Esse é o momento perfeito para começar o MUT, vou me dedicar dessa vez”. Sempre acabo desistindo, já que não existe o mínimo esforço de incentivar iniciantes a engajarem no card game.
Assim como qualquer outro jogo esportivo licenciado, o MUT é um fantasy card game onde montamos nossa equipe com cartas aleatórias. As maiores chances de receber jogadores lendários acaba se limitando a quem está disposto a pagar (com microtransações), mas ainda pode ser divertido brincar com as possibilidades. Ainda não é o caso deste Madden, que não possui nenhum apelo para quem está começando agora.
Para quem já é fã de longa data, Madden NFL 25 entrega uma experiência sólida e divertida, mas permanece dentro de uma qualidade mediana. É fato que não podemos esperar muito de jogos esportivos com lançamentos anuais, já que o progresso sempre é lento e as melhorias são aplicadas gradativamente. Contudo, ao menos podemos dar ao luxo de afirmar que a franquia está pouco a pouco se recuperando do prejuízo.