Já faz um bom tempo que a Don’t Nod não emplaca um novo sucesso em suas aventuras narrativas – desde o primeiro Life is Strange, para ser mais exato. Lost Records: Bloom & Rage foi um jogo que chamou minha atenção logo de cara, pois ao menos pelos trailers, podia-se ver que ele tem tudo para se tornar o novo queridinho do público na categoria de “jogos protagonizados por adolescentes problemáticos”.
Lost Records mistura diversos elementos que costumam se sustentar por si só: a nostalgia dos anos 1990, um grupo de adolescentes vivendo intensamente e um grande mistério a ser resolvido. Paralelamente a isso, temos um outro lado da história, em que assumimos suas protagonistas adultas e totalmente transformadas pelo tempo. Mesmo tendo jogado apenas metade da obra, pode-se dizer que o resultado é no mínimo intrigante.
Um passado misterioso
Em Lost Records: Bloom & Rage, assumimos o papel de Swann, uma adolescente introvertida que vive enclausurada no seu mundinho de gatos, plantas e filmes. Swann não tem amigos e passa a maior parte do tempo vagando sozinha pela sua cidadezinha natal – mas sua vida muda da água para o vinho a conhecer três garotas da sua idade: Autumn, Nora e Kat.

O quarteto cria laços quase que instantaneamente, se tornando grandes amigas e fazendo do verão de 1995 uma época inesquecível… até certo ponto. Paralelamente a isso, controlamos a Swann do presente, agora uma mulher adulta com seus 40 anos de idade. Ela retorna para sua cidade-natal para reencontrar suas amigas – que por alguma razão, se distanciaram no passado.
A proposta do jogo gira em torno de muitos mistérios. No presente, as personagens comentam que prometeram nunca mais se encontrar, mas não revelam os motivos por trás disso. Nos flashbacks do passado, acompanhamos os eventos que originou essa amizade, mas aos poucos as coisas começam a ficar estranhas demais. Quanto mais jogamos, mais queremos saber o que aconteceu!

É óbvio que as respostas não vêm de mão beijada. No momento, apenas o primeiro episódio de Lost Records foi disponibilizado. O segundo e último chega em abril como um upgrade gratuito – mas não se pode negar que os devs souberam criar um excelente ar de suspense e mistério ao longo dessas horas iniciais.
Um verão inesquecível
Grande parte do carisma de Lost Records: Bloom & Rage está nas personagens que carregam a trama. Cada uma das adolescentes é totalmente diferente da outra, tanto em gostos quanto em personalidade. Enquanto Swann é retraída, Nora é totalmente extrovertida, enquanto Autumn seria a descolada do grupo. Contudo, a personagem mais interessante definitivamente é Kat – e vamos limitar os comentários por aqui, para evitar possíveis spoilers.

O jogo segue um formato semelhante ao visto em Life is Strange. Você controla Swann por cenários variados e pode explorá-los em busca de interações; contudo, o maior diferencial aqui está no fator cinéfilo da garota. Swann nunca sai de casa sem sua câmera e está sempre gravando vídeos caseiros.
O jogo nos dá total liberdade para gravar o que quiser, criando até colecionáveis a partir disso. Essa é a mecânica mais legal de Lost Records, pois ao seu próprio modo, você vai criando recordações em cada um dos lugares que visitou na pele de Swann. Paralelamente a isso, controlamos sua versão adulta (dessa vez em primeira pessoa) em um bar local. Esses são momentos dedicados exclusivamente a diálogos e contextualização do enredo, então o foco fica nos flashbacks.

Além de gravar vídeos, você também precisa se preocupar em como vai tratar suas amigas. As respostas escolhidas nos diálogos podem receber a aprovação ou desaprovação das meninas; isso definirá alguns detalhes do rumo que a história está tomando, então não deixe de favorecer a sua queridinha!
Vale a pena dar uma chance?
É praticamente impossível avaliar uma obra sem tê-la experienciado em sua totalidade, então essa é uma pergunta difícil de responder no momento. Do que foi apresentado no primeiro episódio, Lost Records certamente merece uma chance – especialmente se você é um fã do drama adolescente da franquia Life is Strange.
Ele possui personagens marcantes, uma vibe muito aconchegante e mistérios suficientemente interessantes. O que realmente vai definir a qualidade geral do jogo é o rumo que a história tomará no segundo episódio, algo que só poderemos descobrir a partir do dia 15 de abril.