A convite da Square Enix, tivemos a oportunidade de jogar os dois primeiros capítulos de Life is Strange: Double Exposure, que será lançado no fim deste mês. Para os fãs da franquia, esse título é especial por marcar o retorno da nossa querida Max Caulfield – a protagonista do primeiro jogo. Por ser uma sequência direta, ele respeita ambos os finais do seu antecessor, independente do destino escolhido.
Double Exposure explora a vida de Max como uma fotógrafa formada e renomada. Durante um programa de residência na Universidade Caledon, ela tem a oportunidade de conhecer Safi – a filha da reitora e sua nova melhor amiga. Após todos os eventos bizarros que se desenrolaram em Arcadia Bay, Max está vivendo uma vida perfeitamente normal, mas tudo vira de cabeça para baixo quando Safi é misteriosamente assassinada.
Quem jogou o anterior sabe bem que Max já está acostumada com esse tipo de trauma, mas dessa vez as coisas serão diferentes. Antigamente, nossa protagonista tinha o poder de voltar no tempo para alterar a realidade – algo que ela não é mais capaz de fazer. Contudo, seus poderes evoluíram ao ponto de permitir que ela transite em duas realidades diferentes: uma em que Safi está morta e outra em que sua melhor amiga ainda vive.
É a partir dessa ideia que o jogo se desenrola, nos introduzindo em mais um mistério repleto de personagens cativantes e consequências desastrosas. Diferente do primeiro jogo, aqui não podemos ficar retrocedendo no tempo para corrigir escolhas mal feitas, mas a mecânica de viajar entre as duas linhas temporais é bem interessante.
Muitos puzzles envolvem essa troca constante de realidade e, pelo menos nessas horas iniciais, a ideia foi bem executada. Entretanto, achei que poderiam ter deixado a ação mais prática, já que Max só consegue saltar de uma dimensão à outra em lugares específicos. Isso nos obriga a ficar indo e voltando para esses pontos o tempo inteiro, ficando meio cansativo. A possibilidade de fazer a transição de qualquer lugar resolveria o problema com eficiência.
Do ponto de vista técnico, esse é o Life is Strange mais bonito da franquia até aqui, mas não chega a se distanciar tanto dos gráficos vistos em True Colors. O jogo também traz uma possibilidade mínima de customização para Max, nos dando a liberdade de escolher suas roupas (o que também altera a cor de suas mechas e maquiagem). É tudo muito básico, mas não deixa de ser uma adição bem-vinda.
A movimentação e expressão facial dos personagens também foram aprimoradas – dentro de um limite notável, obviamente. Contudo, ao menos nessa build inicial, tive o azar de me deparar com muitos bugs que quebraram totalmente minha imersão. O mais grave deles foi durante uma cutscene com uma carga emocional bem pesada, onde o personagem com que Max estava conversando simplesmente desapareceu! A coitada ficou falando sozinha com uma voz do além.
A localização também está um tanto problemática. Grande parte das frases e diálogos foram adaptados de uma forma bem distante do que é realmente dito em inglês. Quem entende ambos os idiomas vai notar que muitas legendas estão totalmente diferentes do material original – e não me refiro à adaptação de piadas e expressões, que inevitavelmente serão alteradas. Para os bilingues, isso não deverá ser um grande problema, mas quem depende das legendas para entender o jogo poderá ser prejudicado.
Ainda assim, gostei bastante do que Life is Strange: Double Exposure ofereceu em seus capítulos iniciais. O clima de mistério combinado com poderes que alteram o espaço-tempo resgata com perfeição os primórdios da franquia e certamente não deixará nenhum fã decepcionado. Não vejo a hora de jogar a obra completa, que chega para PS5, Xbox Series e PC no dia 29 de outubro.