A Devolver Digital está definitivamente empenhada em incentivar todos que ainda não jogaram Hotline Miami a experimentá-lo, pois essa coletânea de Switch era tudo que estávamos precisando no console híbrido da Nintendo.
Hotline Miami Collection é perfeito para quem ainda não ousou colocar uma máscara e sair explodindo cabeças, afinal são dois jogos em um só! Além do fato de podermos levá-lo para onde quiser graças ao modo portátil do console. Eram dois títulos que estavam fazendo falta na biblioteca do Switch, mas agora já estão marcando presença com estilo.
Miami não é para iniciantes
Os dois jogos se complementam muito bem, pois o primeiro é focado apenas em matança desenfreada com um grau de desafio bem elevado enquanto o segundo mantém isso, mas com um enredo muito mais elaborado e profundo. A sequência apenas melhorou o que já era bom.
Seguindo uma jogabilidade totalmente inspirada nos primeiros GTAs e Retro City Rampage, enxergamos o nosso personagem de cima com gráficos pixelados bem cativantes. A posição da câmera pode dar a impressão de que não houve tanto capricho no visual, mas basta prestar mais atenção nos detalhezinhos ao redor para notar que Hotline Miami é bonito ao seu próprio modo.
Nosso protagonista é um matador que recebe seus alvos por telefone e em cada capítulo estabeleceremos uma rotina de ir até um local, matar até a última coisa viva presente ali e depois ir embora. Mesmo com a limitação gráfica, Hotline Miami é bem violento e tem sangue de sobra, além da grande variedade de armas e jeitos de matar. É tudo tão convincente que você até “sente” o impacto dos seus atos na pele.
O gameplay é muito rápido e exige um combo de estratégia com raciocínio quase instantâneo. Ao usar armas de fogo ou armas brancas mais letais, é possível matar os inimigos com um único golpe, mas todos eles também podem te matar com um hit. Logo, é tão fácil morrer que você vai perder as contas de quantas vezes isso aconteceu na mesma fase. O importante é sempre aprender com seus erros e explorar novas maneiras de superar aquele desafio.
Pode parecer enjoativo, mas não é. Ele é desafiador na medida certa e cada morte instiga mais a testar novas estratégias para concluir aquele capítulo. O fator das máscaras é outro diferencial que deixa o jogo ainda mais legal, pois cada máscara garante uma habilidade diferente e existem dezenas para serem desbloqueadas.
Todo o clima colorido e tropical totalmente inspirado em filmes e séries como Scarface e Miami Vice deixam o game com um charme único. Inimigos usando terno branco com camisa aberta, empunhando shotguns e facões, aquela trilha sonora fantástica que deixa a chacina ainda mais empolgante – impossível não se sentir um Tony Montana!
Matança no Switch
E quais os diferenciais desta versão de Switch? As novidades ficam exclusivamente na jogabilidade. Graças ao touchscreen do console, é possível arrastar a tela com toques para poder dar uma olhada no cenário em que nos encontramos, assim como usar o sensor de movimentos do Joy Con para finalizar os inimigos chacoalhando os controles (caso esteja jogando com eles desplugados).
As adições desta versão são interessantes e fazem bom uso de algumas das capacidades do Switch, mas não são muito práticas de usar. Não faz sentido você ficar balançando o controle para matar alguém já que pode fazer isso com o simples apertar de um botão, por exemplo. Ainda assim, ainda é válido para quem quer ter uma experiência diferenciada no jogo.
Hotline Miami Collection é o pacotão definitivo dessa série que até hoje está precisando de um terceiro título para fechar a trilogia. São dois dos indies mais cultuados dos últimos anos na plataforma ideal para jogos independentes, então quem ainda não jogou, não tem mais desculpas – coloque logo a sua máscara e prepare-se para o massacre!