Todos se lembram de Russell Crowe como Maximus, com a frase icônica: “Não estão entretidos?”. Pois é, mais de 20 anos depois a gente volta para o mesmo universo com Gladiador 2, e ele continua mostrando que política e circo continuam de mãos dadas, só que dessa vez com uma pegada mais “repeteco estiloso” do que novidade épica, pois se o primeiro Gladiador era sobre honra e vingança, esse parece ser… sobre isso também, mas com várias reviravoltas e jogos de poder.
O Maximus dessa vez é substituído por Hanno (Paul Mescal ) um soldado que fugiu para a África, onde tenta se manter longe da brutalidade romana, ao lado da esposa Arishat (Yuval Gonen). O general Marcus Acacius (Pedro Pascal) está lá para trazer mais camadas ao filme, inicialmente começamos odiando seu personagem, mas ao avançar da história vemos que toda história tem dois lados, ainda mais dentro de uma trama política.
Denzel Washington, por sua vez, faz o mestre dos escravos. Ele está lá para manipular quem for preciso para ter o que deseja, fazendo que questionemos o seu lado em toda a trama que se desenha, pois seu personagem, Macrinus, é um homem ambicioso e astuto.
O retorno de Connie Nielsen como Lucilla, traz um pouco do sentimento de “repeteco” do primeiro filme, por mais uma vez ser a única personagem feminina com relevância na trama e, assim como antes, seu relacionamento com o herói traz uma tensão não resolvida, só que agora com um toque de complexidade ainda maior. Claro, nem de longe isso vai prejudicar a trama, mas seria mais interessante se o trailer não revelasse o laço dela com o protagonista.
Mesmo com um antecessor tão prestigiado, Gladiador 2 é um filme que não tem medo de mostrar sua grandeza, seja com cenários estonteantes, misturando efeitos especiais com peças reais e uma belíssima fotografia de encher os olhos. Tudo isso é recheado com uma trilha sonora excelente, que nos deixa contemplativos ou agitados de acordo com o momento.
Mesmo grandioso, também não tem medo de se sujar, seja ao matar personagens importantes, ou com cenas mais brutais que seu antecessor. Gladiador 2 entrega todas as cenas de ação que os fãs esperam. As batalhas na arena estão no ponto certo, com um toque mais fantasioso e questionavelmente histórico. A produção tem cenas marcantes, como uma batalha naval reencenada na arena alagada, e até um rinoceronte feroz. Mas aqui vem o ponto fraco, os efeitos digitais dos animais deixam bastante a desejar, muitas vezes quebrando a imersão nas cenas em que aparecem.
Ridley Scott, aos seus 86 anos, mostra seu talento em construir um espetáculo visual, com cenários impressionantes, uma fotografia que exalta cada cena em uma trama intrigante e envolvente, fazendo com que Gladiador II honre o legado do primeiro filme e entregue uma sequência digna, misturando ação, intriga política em uma ambientação épica que nos transporta de volta ao universo de Roma Antiga.
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