Demorou, mas chegou! Cinco meses após o lançamento do primeiro DLC, Final Fantasy XVI está recebendo sua segunda e última expansão: The Rising Tide. Compensando todos os deslizes da anterior, dessa vez temos uma história mais interessante para se aprofundar, explorando uma região única e exclusiva deste conteúdo. Além disso, temos o retorno das icônicas batalhas de Eikons, que foram o carro-chefe da campanha principal.
Ainda que este DLC tropece nos mesmos quesitos do jogo base, é uma despedida bastante honesta das desventuras de Clive e seus amigos.
Uma última vez
É sempre estranho retomar um jogo que possui um enredo tão redondinho para experienciar conteúdo novo. Final Fantasy XVI proporciona uma campanha com começo, meio e fim, então voltar a jogar e se deparar com uma região totalmente nova faz parecer que os personagens estavam ignorando sua existência esse tempo todo. Achei bacana que, no caso de The Rising Tide, os devs se atentaram a esse pequeno detalhe.
Aqui somos introduzidos à cidade de Mysidia, que fica na parte norte de Valisthea e utiliza magia para se esconder do resto do continente. É por isso que nunca vimos o lugar no mapa – porque eles estavam atrás de uma barreira de camuflagem esse tempo todo! Clive e cia. são convidados para visitar essa nação secreta e lá terão a chance de se envolver com alguns personagens novos, além de conhecer o Eikon que protagoniza as lendas locais: Leviathan, a serpente dos mares.
Trazendo um clima mais tropical que até então não havia sido explorado no jogo, Mysidia é composta pelas suas próprias missões principais e secundárias. Ao focar nas quests da história, é possível terminar o DLC dentro de 4 a 5 horas, enquanto buscar o 100% pode dobrar esse tempo. Sei que ainda é uma duração relativamente baixa, mas perto das míseras duas horas de Echoes of Fallen, está bom demais!
Em termos de história, The Rising Tide mantém o padrão dos arcos vistos na campanha principal. O plot em si é razoavelmente interessante, mas os confrontos com os Eikons acabam roubando toda a cena. A batalha contra o Leviathan não peca em nada, mantendo o padrão grandioso de todos os chefes épicos que enfrentamos no jogo base. Contudo, o DLC ainda esconde uma surpresa que nem mesmo os jogadores mais sagazes conseguirão adivinhar – o que vai te render uma batalha ainda mais inesquecível!
As missões secundárias também seguem a mesma lógica da campanha, o que não chega a ser totalmente positivo. A maioria das sidequests é bem monótona, mas acaba servindo de desculpa para explorar o mapa por completo. Só não entendi porque fizeram a conclusão dos arcos dos personagens de Mysidia no formato de sidequest, já que todos eles estão diretamente relacionados com as quests principais. Suas missões secundárias são até mais impactantes que grande parte do enredo.
Novos poderes
Com novos Eikons na área, Clive também recebe novos poderes para massacrar seus inimigos. Com as habilidades do Leviathan equipadas, transformamos o “noviço rebelde” em uma metralhadora humana, capaz de atirar uma sequência absurda de projéteis mágicos das mãos. É um estilo de combate bem diferente daqueles que dispomos no jogo base, então gostei bastantes da novidade.
Contudo, existe um segundo poder que podemos desbloquear neste DLC: o do próprio antagonista do jogo, Ultima. Para isso, será necessário vencer os desafios de Kairos Gates, onde enfrentaremos hordas e mais hordas de inimigos ao longo de diversos rounds. Esse conteúdo não foge muito do que já foi visto nos outros desafios de combate do jogo, mas aqui encaramos uma diversidade maior de oponentes e até versões atualizadas dos chefes.
Ao concluir a façanha, ganhamos o poder divino de Ultima, que basicamente é o Eikon mais overpower do jogo. É claro que ele não entrega tudo de mão beijada, mas definitivamente é o jeito mais rápido de encerrar qualquer batalha. No final, Clive fica com um catálogo de poderes muito mais crocante e interessante – enquanto a parte chata é que só desbloqueamos isso perto do final. Quem quiser aproveitar mais terá que iniciar um New Game+.
Por fim, podemos concluir que The Rising Tide é uma ótima expansão, adicionando uma quantidade relevante de conteúdo inédito dentro de tudo que o jogo tem de melhor a oferecer. Final Fantasy XVI foi um jogo injustiçado, mas agora que está completo e prestes a ser lançado em mais plataformas, creio que as pessoas passarão a enxergá-lo com novos olhos. Que o legado de Clive viva para sempre!