Uma revisão de estudos feita por Aaron Drummond, James D. Sauer e Christopher J. Ferguson e publicado pela Royal Society de Londres, após revisão, afirma que muitos dos estudos realizados anteriormente correlacionando jogos violentos e a agressividade dos jovens é em grande parte resultado de viés de confirmação dos especialistas que conduziam os estudos, não é difícil entender o porque disso ocorrer, garanto que na época, poucos pesquisadores eram gamers, e já se existia esse conceito pré estabelecido de que os videogames faziam mal para a gente, cansei de ouvir dos meus pais que o videogame estragava a televisão, e que fazia mal para os olhos. Por muito tempo me preocupei com isso, mas a alguns anos ouvi um oftalmologista em entrevista sobre o assunto, e ele foi bem direto, se a televisão emite luz, e os olhos são feitos para a luz, então não tem problema algum. Espero que com novos pesquisadores e pesquisas sejam feitas, o mesmo seja constatado, para min, os jogos sempre me ajudaram, a aprender inglês, entender logica, persistência, organização, comunicação e cooperação.
A revisão dos estudos mostra, de forma resumida, que os estudos realizados são incapazes de demonstrar efeitos convincentes a curto prazo do conteúdo agressivo do jogo no comportamento dos jovens, Os efeitos a longo prazo ainda podem ser plausíveis, se efeitos menos sistemáticos a curto prazo se acumularem em efeitos sistemáticos ao longo do tempo. No entanto, estudos longitudinais variam consideravelmente em relação à indicação ou não de efeitos a longo prazo, e poucas análises consideram quais fatores metodológicos podem explicar essa heterogeneidade nos resultados. A atual meta-análise incluiu 28 amostras independentes, incluindo aproximadamente 21.000 jovens. Os resultados revelaram um tamanho de efeito geral para essa população de estudos (r = 0,059) sem evidência de viés de publicação. Os tamanhos dos efeitos foram menores por períodos longitudinais mais longos, questionando as teorias dos efeitos acumulados, e os tamanhos dos efeitos foram menores nos estudos mais bem projetados e naqueles com menos evidências dos efeitos das expectativas dos pesquisadores. Nas análises exploratórias, os estudos com mais práticas recomendadas foram estatisticamente indistinguíveis de zero (r = 0,012, intervalo de confiança de 95%: -0,010, 0,034). No geral, os estudos longitudinais não parecem apoiar vínculos substantivos de longo prazo entre o conteúdo agressivo dos jogos e a agressão juvenil. As correlações entre o conteúdo agressivo do jogo e a agressão juvenil parecem melhor explicadas pelas fraquezas metodológicas e pelos efeitos das expectativas dos pesquisadores do que pelos verdadeiros efeitos no mundo real.
Segundo entrevista com a neuropsicóloga Luciana Correia, a relação entre jogos agressivos e comportamentos agressivos entre jovens não é bem embasada em estudos científicos estatísticos, de acordo com o artigo supracitado, porém, por meio de diversos estudos de caso, percebe-se tal relação sendo propensa em pessoas em sofrimento psíquico grave, com perda de contato com a realidade e/ou déficits de habilidade sociais. Mas de qualquer forma, em jogos, filmes ou presencialmente, é melhor nos expormos (e expormos as nossas crianças) a situações mais agradáveis, saudáveis, sendo isso uma questão de cultivar higiene mental/emocional. A nossa sociedade e cultura já é, de forma geral, permeada de violência e os jogos violentos são uma caricatura da violência real do nosso contexto, colaborando para perpetuar essa cultura. Portanto, é indicado começarmos a fomentar e praticar uma cultura de paz. Cabe ressaltar que violência não se refere apenas à agressão física.
Fonte:. https://royalsocietypublishing.org/doi/10.1098/rsos.200373