A review Emio – The Smiling Man: Famicom Detective Club foi realizada com uma cópia cedida pela Nintendo
Talvez este tenha sido o maior balde de água fria desde o Ice Bucket Challenge. Anunciado com um teaser misterioso e prometendo ser um jogo de terror exclusivo da Nintendo, Emio – The Smiling Man: Famicom Detective Club gerou muita expectativa. No entanto, o mistério durou pouco: dias depois, foi revelado que se tratava de um visual novel. Pois é, toda a expectativa se resumiu a um livro interativo.
Temos um Xeroque Holmes
No início do jogo, um assassinato recente parece estar conectado a uma série de crimes ocorridos 18 anos atrás e, possivelmente, a uma lenda urbana sobre uma pessoa chamada Emio, que cometia crimes com métodos quase idênticos ao caso atual. O jogador assume o papel de um jovem detetive particular, trabalhando ao lado da polícia para desvendar esse quebra-cabeça.
Emio era um criminoso que usava um saco de papel com um sorriso assustador desenhado nele, e também o colocava em suas vítimas. E não, ele não tem relação com o Seu Creysson tentando falar “emo”.
Frustrante
Como mencionado, Emio não é o jogo de terror que o primeiro teaser sugeriu, mas mesmo assim figura entre os títulos mais sombrios já produzidos pela Nintendo, apenas por sua temática. No entanto, por trás da fachada de mistério e terror, há vários aspectos que tornam a experiência frustrante e, muitas vezes, cansativa.
Emio (não consigo levar esse nome a sério) é na verdade a continuidade de uma franquia da Nintendo, o Famicom Detective Club, que tem suas raízes em décadas passadas. Os jogos originais nunca foram lançados fora do Japão até a chegada dos remakes para o Switch em 2021. Emio é a primeira entrada totalmente nova na franquia desde o final dos anos 80, mas, infelizmente, não trouxe inovações ou algo realmente atraente.
Datado dentro do próprio gênero
Assim como seus predecessores, Emio segue o formato de um visual novel, onde suas ações são determinadas por uma série de opções de ações em um menu. Esse sistema é usado para “observar” uma cena do crime, “perguntar” a testemunhas ou “revisar” suas anotações. Embora funcional, esse método de interação é bastante rudimentar e resulta em um processo repetitivo e monótono. Muitas vezes, é necessário pressionar as testemunhas com as mesmas perguntas repetidamente para avançar na investigação, o que pode ser exaustivo e tedioso.
Embora a quantidade de elementos em movimento e as teorias soltas inicialmente ofereçam algum entretenimento na investigação, o jogo acaba se tornando cansativo. O processo de descobrir a verdade pode ser gratificante quando as peças se encaixam, mas a necessidade constante de ler e repetir informações desgasta a experiência que poderia ser mais imersiva. As reviravoltas na trama, que se tornam cada vez mais sombrias e perturbadoras, são um ponto positivo, mas não conseguem compensar a sensação de monotonia.
Falando em monotonia, esse é um aspecto extremamente constante no jogo. Por se tratar de um visual novel, a maior parte do tempo estaremos apenas lendo e clicando ocasionalmente em opções de diálogo. Além disso, não espere por um final diferente, pois tudo aqui é linear. A trilha sonora, extremamente repetitiva, torna a experiência ainda mais cansativa e pouco imersiva. Estamos investigando um crime e, na maior parte do jogo, ouvimos uma música calma de elevador repetida em um looping eterno, ou seja, a trilha sonora faz você se perguntar se está investigando um crime ou se preparando para um cochilo.
Considerações finais
Embora a natureza portátil do Switch combine bem com jogos de mistério, Emio acaba se mostrando um pouco datado em comparação com seus concorrentes mais modernos. Apesar de seu mistério central ser bastante intrigante, outros fatores como o gameplay, a trilha sonora e a falta de localização tornam a experiência mais frustrante do que satisfatória.
Distribuidora: Nintendo
Desenvolvedor: Nintendo
Gênero: Visual Novel
Disponível para: Switch
Data de lançamento inicial: 29 de agosto de 2024