Duna de fato, pelo menos por enquanto, é a maior obra cinematográfica do ano sem dúvidas. O hype sobre a adaptação de Denis Villeneuve com o elenco estelar liderado por Timothée Chalamet, Rebeca Ferguson e Oscar Isaac, é confirmado através de um filme realmente diferente e espetacular.
Nos últimos anos, Villeneuve vem buscando a sua consagração em Hollywood através de obras de sci-fi robustas e atraentes (A Chegada e Blade Runner 2049). Com Duna, o diretor cria uma adaptação realmente grande e sólida, numa escala formidável que a história exige.
Logo de imediato, os fãs mais devotos de Star Wars poderão ver certas familiaridades em Duna, através da intercalação entre planetas e voos espaciais, apesar de todos os personagens serem humanos. Até o vilão de Duna é similar ao de Star Wars.
Contudo, Duna é uma aposta mais séria e sombria, não há doses de humor e aventuras intergalacticas. Aqui, o tempero que dá vida é o contexto político e a combinação de casas nobres no poder, que lembra mais de Game of Thrones, até mesmo pela quantidade de mortes importantes logo no primeiro filme.
Em Duna, Timothée Chalamet assume o papel do lorde herói Paul Atreides, filho do duque Leto Atreides (Oscar Isaac), e da poderosa lady Jessica (Rebecca Ferguson), membra da irmandade religiosa Bene Gesserit. Jessica vem treinando seu filho no caminho de sua seita poderosa e misteriosa, carregando o peso de que o filho seja uma espécie de messias.
É então que a Casa Atreides é incumbida pelo Imperador de assumir as operações de mineração de especiarias em Arrakis, que estava sob o controle brutal da Casa Harkonnen, por anos. Quando Paul chega em Arrakis, ele encontra pela primeira vez o povo do deserto chamado Fremen, com quem ele passa a obter repostas de seu futuro e suas visões perturbadoras.
Sim, a história é longa, recheada de informações, e Denis Villeneuve faz um grande milagre ao traduzir toda a complexidade de Frank Herbert (o criador de Duna) para o cenário cinematográfico moderno. Um desafio muito grande para a tela grande, onde é muito bem sucedido.
Apesar de ser uma história densa em várias camadas de complexidade, Villeneuve não só traduziu e simplificou o texto de Herbert, como também abordou e realizou de forma religiosa, um mundo misterioso e incrivelmente imersivo. Há um cuidado muito especial para os vários detalhes e riquezas a serem explorados de forma mais sólida e compreensiva, que não cabem em um só filme.
Todo o enredo se casa muito bem, fazendo a experiência ainda mais arrebatadora. É nesse momento que tiramos o chapéu para o genial compositor, Hans Zimmer, transportando o telespectador através de uma trilha sonora transcendental e persuasiva, que não só acompanha Paul em sua jornada, como quem o assiste.
A sensação que fica é de estar sendo escancaradamente hipnotizado por uma façanha audiovisual brilhante. Chega a ser aterrorizante de tão bom. Se vista em uma sala de cinema XD, essa experiência poderá ser ainda maior.
Sim, Duna é um banquete de sensações e sentidos, com performances realmente grandiosas, não só da parte técnica como de todo o elenco que entrega ótimas atuações com Chalamet e Ferguson fazendo a maior parte do trabalho pesado. Outros nomes também se destacam como Josh Brolin e Jason Momoa que dão o apoio necessário.
Em contrapartida temos papéis menos explorados como de Zendaya como a jovem Chani, e Javier Bardem como Stilgar, que receberam introduções relativamente breves para maior exploradas na sequência, o que pode ser muito bom para a história que é densa demais.
Duna não é apenas um projeto ambicioso e contemplativo, é uma realização monumental. Pode não ser para todos, mas será para muitos, uma experiência cinematográfica sublime e atemporal. É um mergulho em um mundo rico e projetado que ao mesmo tempo parece antigo e futurista, mas totalmente construído e formado
É um trabalho que deu certo e promete ser uma franquia excepcionalmente diferente de tudo que já vimos. É o famoso “expectativas foram criadas”.
Assista ao trailer oficial de Duna
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