*A análise de Dragon Ball Z Kakarot foi feita com uma cópia do jogo para PS4, cedida pela Bandai.
Dragon Ball é uma franquia que dispensa apresentações, muito menos seu criador, Akira Toryama, que já é bastante conhecido no mundo da cultura pop, pois além de Dragon Ball, ele participou de Chrono Trigger, Dragon Quest, entre outros.
A história começa quando Raditz…, ah, essa história já foi contada mais de 8.000 vezes, por isso vamos entender direito e saber como ficou essa mistura de RPG com luta que Dragon Ball Z Kakarot veio trazer para nós.
RPG em jogo de Luta?
Os elementos de RPG em Dragon Ball Z Kakarot são o grande atrativo do título. Temos alguns personagens controláveis, como: Goku, Gohan, Vegeta, Piccolo, Trunks do Futuro, Gotenks e Vegetto, vamos controlando cada um de acordo com o avanço na história, ou seja, nós não escolhemos a hora de usá-los, exceto se um deles estiver como apoio durante alguma quest.
Para evoluímos devemos destruir inimigos e realizar missões, como em um RPG normal. Ao voar pelo mapa podemos ser abordados por seres mau encarados que querem descer o sarrafo em nossos personagens e aqui entra a parte de combate de um jogo de luta, entretanto é bem simplificado. Por que é simplificado? Eu te conto agora, não há necessidade de fazer vários combos, com o apertar de um botão ele faz uma sequência pré-determinada que você pode finalizar com um golpe mais forte ou um ataque de energia, mas para isso basta apertar o botão correspondente ao ataque que você deseja fazer, tudo é bem simples, fácil e bonito de se ver.
Ainda no combate, podemos fazer as transformações apertando os gatilhos traseiros e o botão correspondente a transformação que deseja realizar, e realmente faz uma grande diferença em batalha. Entretanto, as transformações tem seu preço, ou ela consome sua barra de vida ou a barra de ki.
Trazendo mais elementos de RPG, podemos usar itens para fortalecer nosso personagem, ou aumentar os pontos de vida durante o combate.
Ainda sobre o RPG
Dragon Ball Z Kakarot traz também uma árvore de habilidades para poder aprimorar tanto os personagens jogáveis quanto os personagens de apoio. Para desbloquear os aprimoramentos devemos subir de nível ou realizar treinamentos que estão espalhados pelo mapa, mas para ativar os aprimoramentos nós precisamos das esferas coloridas que estão espalhadas pelo mapa, pois com uma certa quantidade desses objetos nós ativamos a habilidade na árvore. Se achar que voar pelo mapa para pega-las é uma tarefa demorada, então basta apenas fazer as missões secundárias.
Por falar em missões secundárias, Dragon Ball Z Kakarot apresenta um vasto leque de side quests, mas que em sua essência são a mesma coisa e faze-las o tempo inteiro pode deixar o jogo repetitivo.
Colecione medalhas
Após realizar as missões, principais ou secundárias (principalmente essas), desbloqueamos moedas de personagens que usamos na opção de comunidade. Dentro dessa opção podemos usar essas moedas para aprimorar nossas habilidades, tanto em combate quanto em exploração e outros atributos no jogo.
Um recurso interessante e que funciona para impulsionar a realizar a side-quests.
O que não funciona
Dragon Ball Z Kakarot tenta trazer outros elementos de RPG, mas muitos são desnecessários. Vamos lá, podemos dirigir ou usar veículos para procurar minérios, mas não é uma tarefa muito útil para evoluir personagem. Podemos competir em corridas de carro, nem preciso comentar sobre isso. E também podemos pescar, embora os peixes te ajudem a fazer o alimento que vai te dar mais força até esses alimentos cozinhados são inúteis, você pode vencer qualquer inimigo sem precisar deles.
Outra coisa que não funciona muito bem é o mapa. Bem, ele é bonito em seu design e muitas vezes nostálgico, mas é pobre em vida. Muitos npcs são repetidos, ou simplesmente mudam a cor para dizer que é um alienígena, não parecem possuir vida, só estão esperando você chegar e interagir com eles. Os dinossauros seguem a mesma estrutura, adicionando um pequeno detalhe em seu design original. O mapa não é de todo ruim, mas para os padrões de RPGs atuais faltou mais polimento. Por sorte, temos uma trilha sonora espetacular com músicas clássicas do anime tocando enquanto voamos pelo céu.
A câmera também pode atrapalhar durante os combates. Enquanto lutamos no céu, tudo ocorre muito bem, mas se a luta chegar ao nível do solo, torça para não ter montanhas por perto, ou ficar caído de barriga pra cima. pois a câmera também será sua inimiga e vai dificultar bastante o combate.
Você já sabe
Como disse na introdução, todos já conhecem a história de Dragon Ball Z e Kakarot não economiza em reconta-la em detalhes, o vai gerar dezenas de horas de porradaria. Mas, diferente dos antigos jogos, cada chefão possui ataques especiais que vai exigir uma estratégia diferente na hora do combate.
Entretanto recontar os mesmos arcos pode gerar um certo desânimo na hora de acompanhar a campanha, ainda bem que o jogo permite pular as cutscenes, mas sabemos que você não vai fazer isso quando o Goku se transformar pela primeira vez em Super Sayajin contra o Freeza (e essa batalha ficou espetacular no jogo), ou quando o Gohan soltar o Kamehameha com um braço para destruir o Cell, ou até mesmo a transformação de Goku em Super Sayajin 3 na saga do Buu.
Considerações finais
Dragon Ball Z Kakarot consegue misturar elementos de RPG e luta, nem todos os elementos funcionam, mas o resultado final é muito bom. O título é bastante promissor, e vai divertir os novatos da franquia que começaram a ver a série pelo Super e não conheciam muito as antigas histórias, mas com certeza vai agradar muito mais os antigos fãs.
Desenvolvedor: YS Net
Gênero: RPG
Disponível para: PlayStation 4, família Xbox One e PC
Data de lançamento inicial:17 de janeiro de 2019