O review de Dragon Age: The Veilguard foi realizado com uma cópia do jogo disponibilizada pela Eletronic Arts.
Na era da dragonagem
Dragon Age: The Veilguard inicia seu enredo com um breve resumo dos eventos do jogo anterior, Dragon Age: Inquisition, e lança os jogadores diretamente no plano de Solas. Agora, vemos os desdobramentos de suas intenções enigmáticas e as consequências de suas ações desde o fim do último capítulo da série. Assim, sem demora, o jogador é colocado ao lado de rostos conhecidos, como Varric e Harding, para impedir um novo plano que promete colocar o mundo à prova.
De início, o jogo surpreende ao mostrar uma narrativa rica em caos, tanto na história quanto no ambiente da cidade onde começamos. O ambiente é repleto de tensão e oferece um cenário propício para entender a mecânica de combate e as escolhas narrativas, que são fundamentais para a experiência.
Embora o jogador logo tome controle da situação e interrompa o grande plano de Solas, um mal maior se liberta: antigos deuses, carregados de magias proibidas e com um poder devastador, ameaçam corromper o mundo. Essa virada dramática logo de início destaca a profundidade narrativa do jogo e reforça o dilema moral, com Solas parecendo agir com boas intenções, mas sem medir as consequências. E, ironicamente, nosso personagem torna-se um agente do caos, responsável pelo retorno do mal meio que indiretamente, o famosos “foi sem querer querendo”.
A trama continua a investir em sua rica mitologia, um traço já clássico da franquia, e enriquece o universo de Dragon Age com novos códices, documentos e glossários. Esse nível de detalhamento é um presente para fãs dedicados, mas também exige alguma familiaridade dos jogadores casuais, que podem se sentir sobrecarregados com toneladas de informações jogadas na sua cara. Se este é seu primeiro jogo da série, uma breve pesquisa sobre os títulos anteriores pode ser essencial para uma experiência mais completa.
Você é Rook!
A criação de personagem em Dragon Age: The Veilguard é um dos pontos altos da imersão no jogo, permitindo a customização de diversas características físicas para que cada jogador possa criar uma versão única de Rook, o protagonista. Embora o sistema não seja o mais completo entre os RPGs atuais, ele traz variações o suficiente para satisfazer a grande maioria dos jogadores.
Como em um bom RPG, as escolhas vão além da aparência: o jogador pode selecionar entre quatro raças – humano, anão, elfo e qunari –, cada uma com particularidades próprias. Três classes também estão disponíveis: o errante, ágil e equipado com armas leves e arco; o combatente, focado em defesa e ataques mais pesados; e o mago, capaz de manipular os elementos para vencer seus inimigos. Além disso, o sistema de facções permite escolher uma aliança que determinará o passado de Rook e lhe concederá habilidades exclusivas.
Jogabilidade viciante
Dragon Age sempre teve um combate questionável, mas The Veilguard conseguiu avançar e melhorar bastante nesse ponto. Embora o sistema de combate não reinvente o action RPG, ele está mais dinâmico e estratégico, oferecendo uma experiência divertida que incentiva o uso de combos e habilidades em um estilo hack and slash. Os controles de combate foram simplificados: um botão para ataques rápidos e outro para os golpes mais pesados.
O combate permite defender e desviar, oferecendo opções táticas que deixam as batalhas mais envolventes. Embora mantenha elementos de RPG, com a possibilidade de pausar o combate para selecionar ações dos companheiros de equipe, há também um sistema rápido de dois botões, que permite comandar a equipe sem perder o ritmo da ação, desafiando o reflexo do jogador.
Um ponto negativo no combate é a mira: há momentos em que ela trava em um inimigo e se move automaticamente para outro, o que pode atrapalhar no uso das habilidades em momentos críticos. Essa questão técnica, embora não seja frequente, é frustrante nas batalhas mais intensas.
Exploração na medida certa
Em vez de um mundo aberto, The Veilguard opta por cenários distintos e separados por fases que podem ser revisitadas várias vezes. Cada uma com identidade visual e mecânicas próprias para exploração. Essa escolha permite uma variedade de ambientes únicos – de pântanos a desertos, passando por cidades e florestas densas – todos trabalhados com detalhes visuais que fazem jus ao potencial gráfico da nova geração. Os mapas menores tornam a exploração mais acessível e divertida, incentivando o jogador a revisitar áreas para encontrar novos itens e resolver enigmas.
O visual é impressionante, com texturas detalhadas e iluminação cuidadosa em cada cenário, aumentando a imersão e criando ambientes belíssimos que, sem dúvida, elevam o padrão visual da franquia.
Conhecendo sua equipe
Ao longo da campanha, novos personagens se juntam à equipe de Rook, oferecendo habilidades exclusivas que trazem variedade tanto para o combate quanto para a exploração.
Com sete companheiros no total, e podendo escolher até dois para se aventurarem ao seu lado, cada um possui uma árvore de habilidades que pode ser personalizada com cinco habilidades principais, desbloqueadas e aprimoradas conforme avançamos.
Nossos companheiros contribuem tanto para o combate quanto para solucionar puzzles no mapa, seja destruindo barreiras, criando pontes mágicas ou ajustando plataformas.
Considerações Finais
Dragon Age: The Veilguard apresenta gráficos impressionantes e uma jogabilidade empolgante que combina ação e RPG de forma fluida. O jogo eleva a série, mantendo uma narrativa rica e ambientes cativantes. Apesar de alguns problemas, como a mira no combate, o jogo ainda é viciante, e traz uma história envolvente. A BioWare foca mais na ação, abordando dilemas morais e desafiando as escolhas dos jogadores. Para fãs de longa data, The Veilguard é uma continuação memorável; para os novatos, um convite a mergulhar em um universo complexo e repleto de possibilidades.
Distribuidora: Eletronic Arts
Desenvolvedor: Bio Ware
Gênero: Fantasia, Aventura, RPG
Disponível para: PlayStation 5, Xbox Series X e Series S e PCs
Data de lançamento inicial: 31 de outubro de 2024