O review de Destiny 2: A Forma Final foi realizada com uma cópia cedida pela Bungie.
A expansão Destiny 2: A Forma Final chega para dar um desfecho a saga de Luz e Treva, iniciada há dez anos, com o lançamento de Destiny 1. A Testemunha, chegou ao Sistema Solar na expansão anterior (A Queda da Luz) e conseguiu adentrar ao Viajante através de um portal com um único objetivo, levar o universo a sua forma final.
Os guardiões passaram o último ano, durante as diversas temporadas, tentando encontrar uma forma de atravessar o portal aberto pela Testemunha, para também adentrar ao Viajante e ir atrás do maior perigo já enfrentado. Depois de muitas pesquisas e barganhas com o espírito de um Ahamkara (uma espécie de dragão que concede desejos), foi possível enviar um guardião, o Corvo, para dentro do Viajante na tentativa de abrir o portal para que a frota da Vanguarda também conseguisse chegar até lá, e esse é o início de Destiny 2: A Forma Final.
A Campanha
Ao passar pelo portal do Viajante, nosso guardião, acompanhado do Comandante Zavala e da líder da Vanguarda dos Arcanos, Ikora, somos levados por uma espécie de “zona de transição” um limiar entre o nosso mundo e o interior do Viajante, separados do restante da frota, conseguimos passar por esse limiar e finalmente chegar até o nosso destino final, o Coração Pálido, localizado dentro do Viajante, com o principal objetivo de encontrar com aquele que havia chegado anteriormente, o Corvo, mas ao invés disso, nos encontramos com um velho conhecido, Cayde-6, o antigo líder da Vanguarda dos Caçadores, morto anos atrás na expansão Destiny 2: Renegados, e que de alguma forma, ainda desconhecida, retorna a vida, dentro do Viajante. O encontro, nos mostrado através de uma cinemática emocionante (que aliás é a tônica de toda a campanha), dá início a nossa jornada dentro do Coração Pálido. Antes de ir atrás da Testemunha, precisamos reunir nosso esquadrão, e começamos a busca pelo Corvo, passando por Ikora e finalmente resgatando o Comandante Zavala.
A campanha toda tem um tom que vai do saudosismo, nos levando para lugares que conhecemos lá em 2014, como a antiga Torre, destruída pelo ataque Cabal no lançamento de Destiny 2, que reaparece agora dentro do Viajante, ao emocionante, com diversas cinemáticas de apertar o coração do jogador que acompanhou a saga durante todo esse tempo. As cinemáticas, aliás, são um ponto altíssimo dessa expansão, a Bungie caprichou na qualidade e no conteúdo das cenas.
Após conseguir reunir nosso esquadrão, o objetivo principal é descobrir como podemos derrotar a Testemunha, como poderemos enfrentar um inimigo tão poderoso? Para isso, cada membro da nossa equipe é tentado a se juntar a Testemunha, abraçar a treva e abandonar o Viajante, seria esse o caminho correto?
Não vou dar muitos spoilers aqui sobre a campanha, mas posso afirmar que, Destiny 2: A Forma Final tem uma das melhores, senão a melhor, campanha de todos os tempos da franquia Destiny.
Novamente temos a opção de selecionar a dificuldade da campanha, jogar no modo normal e ter uma experiência tranquila, ou ir para o modo lendário e ser desafiado. A escolha pelo desafio também traz recompensas a quem se arrisca, ao final da campanha no modo lendário, somos agraciados com um conjunto completo de equipamentos com um nível de poder elevado, e também uma nova armadura exótica, se você é um jogador experiente em Destiny, jogue no modo lendário, vai valer a pena.
Ao final da campanha, descobrimos uma forma de enfraquecer a Testemunha, que foge, mas não é derrotada, partimos então para a nova incursão, atividade para 6 jogadores, com o objetivo de terminar de vez com o serviço e acabar de uma vez por todas com esse inimigo.
A incursão, Limiar da Salvação
Para falar um pouco sobre a nova incursão, conto com a ajuda do meu companheiro de esquadrão, de longa data, JP Vidal, pois ainda não tive a oportunidade de jogar essa atividade, é com você JP!
A incursão, Limiar da salvação, se passa num ambiente piramidal que ao final descobrimos ser o “corpo” da Testemunha. A mecânica principal dos três primeiros encontros consiste em enviar um pulso de luz, emitido por um guardião ao passar sobre uma plataforma, esse pulso de luz percorre um caminho até chegar a outra plataforma no fim do percurso, outro guardião deve passar pela plataforma e reenviar o pulso de luz, ao ativar as plataformas, surgem alguns símbolos no ambiente que devem ser coletados pelos guardiões para que sejam depositados numa espécie de urna localizada no centro do mapa.
O segundo encontro da incursão segue a mecânica descrita acima, com a adição de um chefe no meio do mapa que seleciona aleatoriamente 3 guardiões do esquadrão para um desafio, é necessário fazer toda a mecânica de envio de pulsos de luz, coleta e depósito dos símbolos na urna para então conseguir efetivamente dar dano ao chefe para derrotá-lo
O encontro mais diferente de todos é o quarto encontro, a começar pelo ambiente, uma sala branca, com estátuas representando cada membro do esquadrão, ao iniciar o encontro, 3 guardiões são enviados para salas individuais e devem em conjunto com os outros 3 que ficaram na sala principal, encontrar a chave para sair do isolamento, e a forma de encontrar essa chave é combinando figuras geométricas bidimensionais, exibidas nas estátuas de cada guardião dentro das salas individuais, com figuras geométricas tridimensionais, que ficam nas estátuas dos guardiões na sala principal, parece complicado, e é, mas a comunidade já se organizou desenvolvendo ferramentas para ajudar nesse trabalho todo.
Após passar por um longo caminho, os guardiões finalmente chegam ao local do confronto final, e lá está ela, a Testemunha, gigante, cheia de braços, tentando impedir que seu vínculo com a luz do Viajante seja quebrado, ao final, os guardiões cortam esse vínculo, mas a Testemunha ainda não é totalmente derrotada.
A incursão, de maneira geral, é muito divertida e traz um nível de dificuldade para o esquadrão. O quarto encontro é realmente desafiador e requer bastante agilidade e afinidade entre a equipe. O conjunto de equipamentos obtidos nos encontros tem um visual único e a arma exótica do encontro final também.
Valeu JP!
A missão final, Excisão
A derrota da testemunha acontece em uma nova missão, chamada Excisão, uma missão única, a primeira atividade para doze jogadores da franquia Destiny, e é nela que os guardiões dão o golpe final na vilã tão temida. É bem simples o decorrer dela: capturar zonas, derrotar algozes e coletar “luz” que é emitida do chão. Ao concluir, a fase de dano começa sendo igual ao encontro final da incursão.
A Testemunha, vendo que será derrotada, invoca um escudo de treva que é perfurado com a luz pura do viajante emitida pelo nosso fantasma. E assim a temida Testemunha é derrotada.
Uma missão bem divertida e frenética com muita coisa acontecendo, vários guardiões. Algo único preparado pela Bungie que é muito bem vindo pelos veteranos e iniciantes do game.
Destaque para as cenas épicas que são mostradas antes da missão iniciar, com o Comandante Zavala levando um verdadeiro batalhão para esse confronto final, diversos grupos de aliados, que um dia foram nossos inimigos, como os Cabais, os Eliksnis e a Bruxa Rainha Savathûn, se juntam a Vanguarda, para enfim derrotar a Testemunha.
E a cena final, após derrotarmos de uma vez o nosso maior inimigo, fecha com chave de ouro tudo que vivenciamos até aqui, na campanha da expansão e também durante esses 10 anos de Destiny.
Acabou?
Como sempre falo pra quem me pergunta sobre Destiny, o fim da campanha é só o começo! Em Destiny 2: A Forma Final isso não é diferente, ao final da campanha, diversas missões e atividades são liberadas, missões que acrescentam bastante a narrativa e ajudam a aprofundar e desenvolver ainda mais os personagens, dessa vez conhecemos Micah-10, um NPC que nos envia em busca de diversos fantasmas perdidos, a cada fantasma recuperado, aprendemos um pouco mais sobre eles e outros personagens da franquia.
A nova localidade, o Coração Pálido
Com o lançamento das expansões da franquia Destiny, é comum (e esperado pela comunidade) que novos locais e mapas sejam introduzidos, e não foi diferente com Destiny 2: A Forma Final, o Coração Pálido, localizado no interior do Viajante é ao mesmo tempo, muito familiar, pois traz de volta alguns lugares conhecidos dos guardiões mais veteranos, como a antiga Torre da Vanguarda e o local onde nosso guardião é trazido a vida pela primeira vez, no longínquo ano de 2014, ainda no Destiny 1, mas também tem novidades, como áreas em que a Testemunha se instalou e transformou desde a sua chegada.
Um novo evento público acontece no Coração Pálido, a Deposição, que é composto por uma série de inúmeros outros eventos menores, e dividia em 3 níveis, ao completar os eventos menores, vamos somando pontos para avançar os níveis, ao final do nível 3, um chefe aparece no mapa e ao derrotá-lo, recebemos nossas recompensas, incluindo uma nova espada exótica (Ergo Sum), que combina características de outras armas exóticas já lançadas no jogo, tornando cada espada conquistada pelo guardião, uma peça única, com combinações diferentes e interessantes, podemos ter uma espada que dispara pequenos mísseis quando acertamos um golpe forte nos inimigos, essa característica foi retirada do icônico lança-foguetes Gjallarhorn ou uma espada que solta raios nos inimigos próximos, caraterística da amada submetralhadora Corre-risco, entre outras combinações.
A nova Subclasse, Prismática
Logo na primeira missão, somos introduzidos a nova subclasse de poder, a subclasse Prismática, nela, podemos combinar poderes de Luz e Treva, que antes nós podíamos utilizar de forma separada, além de um novo status que podemos ativar, a Transcendência, que, quando ativada, permite utilizar um novo tipo de granada e o ataque corpo a corpo por várias vezes enquanto o efeito da Transcendência estiver ativo.
Assim que aprendemos a utilizar a nova subclasse, recebemos um kit básico, mas conforme as missões da campanha vão sendo completadas, novas opções vão sendo adicionadas ao “cardápio” de poderes, e ao final, com tudo adquirido, todo seu potencial é liberado, tornando a subclasse Prismática muito forte e divertida.
Os novos inimigos, os Horrores
Acharam que só os guardiões têm aliados? A Testemunha para também ter, cria sua raça de seguidores, os Horrores. Eles são uma mistura de raças do sistema solar só que com um toque da treva, e assim tendo poderes de estase ou filamento. Sendo eles: Soturno, Casco, Presságio e Criado, Arauta e Tecelão.
O Soturno se assemelha a um morcego só que tomado pela treva. O Casco parece um Eliksnis com duas adagas e um brilho no peito, ao morrer solta sua “alma” pelo torso para acertar suas presas. Criado e Tecelão são, basicamente, os psiônicos da Testemunha com a diferença que o primeiro tem poderes de estase (que congelam o guardião) e o segundo, poderes de filamento (que projetam ou puxam o guardião). Por fim, a Arauta e o Tecelão, se assemelham ao Rhulk (discípulo da Testemunha enfrentado na expansão A Bruxa Rainha), e contam com ataques devastadores de filamento e estase, além de um modo fúria quando estão pertos de serem derrotados.
Mudanças gerais
Uma das mudanças mais significativas introduzidas em Destiny 2: A Forma Final, foi a retirada dos contratos dos NPCs das atividades rituais do jogo (Vanguarda, Crisol e Artimanha), o sistema de contratos estava presente desde o início do jogo e recebia críticas constantes por boa parte da comunidade, completar os objetivos dos contratos era uma forma dos jogadores ganharem EXP dentro do jogo e também receber recompensas, mas se tornou maçante ao passar do tempo, a partir de agora, temos outra forma de conseguir isso, o Desbravamento oferece uma flexibilidade aos jogadores, pois é possível escolher um caminho para completar os objetivos das atividades e receber as recompensas no final.
Problemas no lançamento
A comunidade de Destiny está habituada a enfrentar alguns problemas de conexão e estabilidade dos servidores em dias de lançamentos de conteúdo, mas normalmente esses problemas não chegam a atrapalhar a experiência e passado o “boom” inicial, as coisas tendem a normalizar.
Não foi o que aconteceu com o lançamento de Destiny 2: A Forma Final, muitos jogadores passaram horas em uma fila de espera para conseguir se conectar aos servidores, e aqueles que conseguiam, tinham constantes quedas de conexão, atrapalhando inclusive no entendimento da história da expansão, pois, muitas vezes, ao terminar uma missão, ocorria a queda, e o jogador perdia uma cena importante para o bom entendimento de tudo que estava ocorrendo, infelizmente o problema persistiu por várias horas até que a Bungie conseguisse resolver, eu mesmo só consegui jogar sem grandes problemas, no dia seguinte ao lançamento.
Conclusão
Destiny 2: A Forma Final é a conclusão épica e recheada de emoções esperada pela comunidade, com uma campanha que nos leva a pensar em tudo que foi construído durante os 10 anos dessa franquia, sobre os sacrifícios que foram feitos para alcançar as conquistas, cenas que ficarão marcadas pra sempre no coração dos jogadores, um final de saga digno e gratificante, repito o que disse mais acima, uma das melhores, senão a melhor campanha da franquia Destiny!