*Este review foi realizado com uma cópia do jogo disponibilizada pela EA
O primeiro Dead Space é uma obra-prima do survival horror, em sua época renovando o gênero de muitas formas. Todo aquele climinha de terror no espaço, monstros extremamente resistentes, mutilações e muito gore fez deste jogo um marco para a sétima geração de consoles, rendendo uma trilogia que teve seu ápice no segundo título. Contudo, a baixa recepção do terceiro fez com que a EA colocasse a série na geladeira e, desde então, passamos mais de uma década sem absolutamente nada de Dead Space.
15 anos após seu lançamento original, o jogo que estreou a franquia está recebendo um remake daqueles bem caprichados. Sob os cuidados da Motive Studios, fica até difícil imaginar porque um jogo considerado perfeito deveria ser refeito do zero, mas daí não tem erro: é só repaginar tudo com tecnologia mais moderna e acrescentar conteúdo novo para deixar o que já era bom ainda melhor. Foi isso que fizeram com este remake de Dead Space, uma obra que consegue até superar o original.
De volta ao inferno
Tudo neste remake é uma réplica fiel do jogo de 2008, só que com mais conteúdo para deixar essa experiência mais crocante… e aterrorizante. Aqui entramos novamente na pele do azarado Isaac Clarke, um engenheiro que recebe um pedido de socorro de uma mineradora localizada em um planeta um tanto isolado. Ao chegar lá, sua nave é atacada e ele se vê preso em um território tomado por criaturas horrendas conhecidas como Necromorfos – uma espécie de zumbi do espaço.
Para completar o caos, ele também descobre que sua namorada, uma cientista que também estava naquele planeta, desapareceu. Agora cabe a Isaac sobreviver àquele inferno e ainda encontrar o amor da sua vida, que convenientemente está passando pelo mesmo sufoco. Uma boa notícia: se você jogou o original, provavelmente se lembra que Isaac era mudo no primeiro jogo, mas aqui não é mais! Agora o protagonista tem voz e participa mais ativamente da história, o que já é um ponto muito positivo.
A primeira grande diferença do original para este remake com certeza é o visual, que agora está infinitas vezes mais realista e assustador. O jogo foi refeito na engine Frostbite, explorando todos os seus recursos de física, iluminação e outros fatores que aprofundaram ainda mais nossa imersão dentro daquela atmosfera de terror. O level design também foi atualizado, então você basicamente explora os mesmos lugares da USG Ishimura, mas em espaços mais amplos e, é claro, bem mais detalhados.
Outra novidade legal é a adição de missões secundárias, sendo essas totalmente inéditas para o jogo. Teremos a oportunidade de explorar novas áreas e aprender mais sobre o que aconteceu naquele planeta, como os Necromorfos tomaram conta do local e coisas do tipo. Tudo isso estende um pouco mais o tempo total da campanha, que vai ficar na média de 12 a 15 horas, caso você jogue tranquilamente e vá fazendo tudo que encontrar no caminho. O remake também conta com um final alternativo que não estava no original, então fica a dica!
Um tapinha não dói
Quanto aos fatores que fizeram de Dead Space um grande sucesso, podemos dizer que eles continuam aqui, firmes e fortes. O jogo ainda dá muito medo e você fica com um frio na barriga constante, em cada ambiente que explora. Além da ambientação genial, grande parte dessa tensão também vem da sonoplastia, que no remake recebeu uma atenção maior. Os Necromorfos metem muito medo, mas escutar eles se locomovendo pelos dutos de ventilação com certeza é bem pior! Recomendo usar fones de ouvido para uma experiência mais imersiva.
Graças à qualidade gráfica da Frostbite, a violência está mais brutal do que nunca! Todo aquele sangue, vísceras e membros voando se fazem presentes de forma bem mais realista, então tirem as crianças da sala. Para quem não conhece a franquia, a graça de Dead Space está no fato dos monstros não se intimidarem ao perder um braço ou uma perna. Mutilações fazem parte do seu dia a dia e eles continuam atacando sem dó nem piedade – por isso é um jogo tão desesperador.
O arsenal de Isaac ainda não é dos maiores, mas continua interessante, proporcionando muitas formas diferentes de estraçalhar os Necromorfos. Contudo, a munição é bastante escassa e os recursos são limitados, então sufoco é o que não falta na hora de enfrentar hordas e mais hordas de monstros. No geral, essa parte não se distancia muito do original, então quem jogou o primeiro de 2008 já sabe o que esperar aqui.
Dito isso, acho que já ficou bem claro que o remake de Dead Space é praticamente obrigatório para todo fã da franquia, não é mesmo? Além disso, também é perfeito para os iniciantes conhecerem a série, o que acredito que tenha sido a principal intenção da EA ao decidir lançar este remake. Com certeza vai ter remake de Dead Space 2 vindo em um futuro nem tão distante, então vamos torcer para que os erros do passado não sejam repetidos e que, dessa vez, a franquia quebre a maldição do terceiro jogo.