Days Gone se passa dois anos depois de um vírus misterioso ter levado pessoas a se transformarem em criaturas parecidas com zumbis, conhecidas como Freakers. Você joga como Deacon St. John, que muitas vezes é chamado pelo apelido Deek. Deacon é um motociclista que perdeu sua esposa Sarah no início do apocalipse e agora está apenas tentando encontrar razões para sobreviver. Grande parte da trama, faz com que Deacon passe por situações que precise lidar com o passado. Flashes de lembrança trazem a tona toda a vida que Deek teve com Sarah antes do caos acontecer. Deacon e seu melhor amigo Boozer são uma especie de freelancers que fazem diversos tipos de trabalhamo para sobreviver.
Os desenvolvedores fazem um bom trabalho em transmitir essa luta e a equipe oferece personagens que valem a pena. O problema é o ritmo. Demora um pouco para que “Days Gone” sobreponha e as missões secundárias e tendem a prejudicar esse fluxo e desviar os temas. Em vez de apoiar a narrativa, as missões extras tendem a ser genéricas e esquecíveis. Por outro lado, a maioria das missões principais é sólida, com alguns bons momentos. As principais missões destacam um sistema de combate versátil, no qual os jogadores podem se mover livremente entre táticas furtivas, corpo a corpo e de longa distância.
Logo no inicio, me incomodei bastante em relação a jogabilidade de Deacon, parecia bastante presa e arrastada, senti que tinha um leve delay nos comandos. Conversando com um grande amigo Nuno Bianchi do Canal ZEBRA, ele me lembrou de que Deacon não é um Cristiano Ronaldo 99 de overall, apos isso tive que parar e analisar sua jogabilidade como um todo e entender que é super necessários esse tipo de jogabilidade para você se sentir “em perigo”, e não sentir que tá preparado e equipado pra enfrentar todos os desafios deste mundo. A medida que você vai avançando no jogo e liberando habilidades, o jogo começa a se abrir e você se torna consciente de sua capacidade de lidar com mais e mais ‘freakers’ de uma só vez.
É aqui que mencionamos os ‘freakers’ do jogo. Embora não sejam zumbis, essas criaturas animalescas formam a maior parte do que você estará combatendo em toda a sua jornada pós-apocalíptica. Sempre em bandos, esses monstros são adequadamente divertidos de lutar e ao mesmo tempo para destruir centenas deles durante uma única luta. Os maiores flashes de brilho encontrados durante Days Gone ocorrem quando você está lutando para sobreviver enquanto corre de milhares de freakers. O jogo vende essas hordas ameaçadoras através de animações impressionantes e táticas de grupo que realmente deixam Days Gone bem mais interessante.
Bend Studio faz um trabalho notável de adaptar a sensação de survival horror para o mundo aberto. É uma façanha difícil porque o gênero é construído sobre a produção de medo através de espaços confinados. “Resident Evil” coloca os jogadores em situações em que o perigo pode espreitar nas esquinas ou nos corredores. Como você trazer esse mesmo nível de ansiedade para florestas e fazendas? A Bend Studios apresentou hordas, enormes de Freakers que vagam pela terra à noite. Centrado principalmente em torno de cavernas, eles são uma massa contorcida de dentes e garras que perseguem os jogadores que não são cautelosos com o ambiente.
Por falar em ser cauteloso no ambiente, Days Gone é capaz de fornecer uma sensação de tensão, certificando-se de que a munição é escassa e limitando a quantidade que posso carregar. Armas brancas e silenciadores para as minhas armas desgastam com o tempo, obrigando-me a ter consciência de que cada bala silenciosa vale muito. Eu posso criar armas como coquetéis Molotov, flashbangs e minas, mas eu tenho que estabelecer confiança com os acampamentos locais antes que eu possa ganhar mais suprimentos para criá-los. Eu cuidadosamente deposito meus suprimentos até que eu realmente precise usá-los, e mesmo assim estou ciente de quão vulnerável eu poderia estar durante a próxima batalha.
O maior dos problemas para min foram os flashbacks, é possível jogar até um momento antes do surto, cutscenes são importantes mas tem uma jogabilidade envolvida que é completamente desnecessária. Longas caminhadas sem nenhum objetivo em execução e sem sentido fazem com que eles sintam que deveriam ser contados apenas por meio dessas cenas, algo que eu teria ficado muito mais feliz assistindo. A dublagem é muito boa e eu realmente me importava com Deacon. Boozer também é espetacular, e à medida que sua amizade evolui, fiquei impressionado com o modo como a Bend Studios conseguiu transmitir a natureza poderosa de cenas específicas através de excelentes animações e direção.
Não achei a historia de Days Gone totalmente ruim como muitos acharam, acredito que em certos pontos os diálogos poderiam ser aproveitados de outras maneiras. Quando achei que o jogo estava se direcionando para o final, uma nova etapa no jogo se abre, novos personagens aparecem, mais parecia que colocaram algum conteúdo que seria DLC dentro da versão final.
Days gone é um jogo ambicioso, que tentou unir diversos elementos de grandes games e trazendo uma história e personagens diferentes, há flashes de brilho em seu combate implacável; as multidões de zumbis esmagadores e a infinidade de coisas para ver e fazer, mas o jogo é sufocado por seu enredo fraco e a falta de polimento, comparado ao nível de exclusivo que a Playstation costuma oferecer, mas quando o título encontra o seu ritmo, consegue ser divertido.