Cuphead, o jogo dos sonhos para alguns e um pesadelo para tantos outros. Outrora um exclusivo da família Xbox, já foi uma grande surpresa ver essa exclusividade quebrada quando o título chegou ao Nintendo Switch, mas foi mais inesperado ainda ligar o PS4 em um dia comum e ver que ele tinha sido lançado na PlayStation Store!
Sim, Cuphead agora está disponível em todas as plataformas possíveis e qualquer um pode usufruir de seu visual vintage incrível e passar raiva com seus desafios cabulosos. Este review foi feito com a versão de PS4, mas o jogo é o mesmo em todos os consoles, então independente de onde você joga, está valendo!
Nunca aposte com o Diabo!
O jogo tem início quando nossos dois protagonistas com cabeça de xícara, Cuphead e Mugman, resolvem se divertir no cassino do Diabo. Os irmãos não demoram para quebrar a banca do lugar e começam a apostar sem medo, mas é claro que era tudo um truque do Diabo, que estava cheio de más intenções. Após apostarem suas almas e perderem, eles imploram para que o capiroto os deixe sair ilesos e ele concorda – desde que eles encontrem e derrotem todos os seres que devem dinheiro para ele por aquelas bandas.
O jogo resgata o bom e velho run and gun, um gênero que foi muito popular nos anos 1990. Aqui você jogará fases de plataforma, onde seu objetivo é atirar em tudo que se mexe e vencer o chefe no final (além de não cair nos buracos, é claro), e fases que só possuem um chefe para ser derrotado. Não preciso nem dizer que nada disso será fácil, tanto que o jogo fez fama por ser muito difícil.
Mas além da dificuldade, o que realmente chama atenção em Cuphead são os gráficos. O estilo de arte é inspirado em desenhos animados antigos, mais especificamente das décadas de 1920 e 1930, e até o modo como as animações se desenrolam é fiel a esse estilo vintage. Não é à toa que o jogo demorou tanto para ser finalizado, pois seus criadores fizeram tudo nos mínimos detalhes, desenharam frame por frame à mão. É simplesmente espetacular!
Não só isso, as músicas e os efeitos sonoros também foram feitos de modo a parecer antigos, como se estivessem saindo de uma vitrola. Os sons são abafados e quase toda a trilha sonora é composta por um jazz muito característico. Tudo isso se casa muito bem com o visual e esses fatores se complementam.
Corra e atire
A campanha dura em torno de 10 horas e pode ser jogada inteira ao lado de um amigo no modo co-op. Jogar de dois é uma experiência bem divertida, mas não torna o jogo mais fácil e é bem capaz que algumas amizades sejam destruídas no processo. A vantagem é que, caso um jogador morra, o outro tem alguns segundos para salvá-lo e mantê-lo no jogo, sendo um recurso exclusivo do modo co-op.
O jogo não conta com muitas mecânicas, então não é nada complexo demais. Você só pula, atira, esquiva e pode dar um parry em elementos que brilham em rosa, o que já vai exigir bastante timing e familiaridade com o jogo. Dominar todos esses movimentos é essencial para ter sucesso nessa jornada, mas ainda é possível dar alguns upgrades no seu personagem para facilitar um pouco sua vida.
As fases se distribuem entre run and gun, chefes e algumas em que pilotamos um avião para sair um pouco da rotina. Todas elas se resumem a enfrentar chefes e cada um deles é único, não tem um mísero chefe que repete alguma habilidade ou uma característica física vista em outro. A criatividade dos desenvolvedores parece infinita e o visual de todas as criaturas é bem singular, o que consegue despertar uma sensação de novidade a cada fase nova e evita que o jogo fique enjoativo muito rápido.
Para completar, o game ainda está localizado em português (e muito bem, diga-se de passagem), então todos podem desfrutar dos diálogos cheios de piadinhas e trocadilhos. Acho que a única desvantagem é que não possui opção de jogar em co-op online, limitando apenas ao multiplayer de sofá. Isso não é algo de todo ruim, mas não custava nada ter colocado um modo online.
Cuphead continua excelente e já se tornou um clássico moderno. Agora só resta saber o que aconteceu com o DLC The Delicious Last Course, que até agora não deu as caras, mas continuamos aguardando ansiosamente.