Há um tempo atrás o estúdio indie, Dead Mage, conhecido pelo jogo Shadow Blade, lançou uma demo de seu futuro título, Children of Morta, a demo foi muito elogiada na época de seu lançamento e muitos ficaram aguardando o jogo completo e queriam saber se o produto final teria toda a qualidade apresentada na demonstração.
Pois bem, chegou a hora de saber se o novo jogo da Dead Mage atingiu as expectativas, e pela nota que você viu aí em cima a resposta só pode ser “NÃO”, mentira, é claro que atingiu e ainda passou!
Conheça os Bergson
Children of Morta se passa em um universo mágico, onde uma família protege o local mais importante daquele mundo, a Montanha de Morta. Entretanto, sem aviso prévio, uma magia maligna chamada de Corrupção tomou parte da região e aos poucos vem tomando mais territórios, agora cabe a família Bergson descobrir o que aconteceu e por um fim nessa corrupção, antes que seja tarde de mais!
O jogo apresenta uma história envolvente, sendo narrada de forma poética. Conhecemos cada membro da família ao seu tempo, descobrimos suas vontades, desejos e medos. Todo esse clima familiar nos deixa ainda mais cativados com cada um deles e com a história principal, fazendo-nos temer pela vida de cada um ao passar pelas dungeons e avançar na história.
Todo esse aprofundamento acontece de duas formas, durante as cutscenes e durante a rápida exploração que você pode fazer na casa da família, lendo seus diálogos e observando o que estão fazendo.
Caso você queira aprender ainda mais sobre essa família muito unida e ouriçada, pode dar uma passada na biblioteca da casa e ler os arquivos de cada membro.
Explorando os mapas
O jogo se divide em várias fases, todas são geradas de forma procedural, deixando a aventura ainda mais rica e recheada de surpresas. Criaturas corrompidas, entre outros monstros, querem nos matar em todos os cantos, o que deixa o desafio ainda maior, e acredite Children of Morta é um jogo difícil!
Para dar conta de tantas criaturas, nós temos runas entre outras magias, que são encontradas pelo mapa ao abrir os baús. Esses itens podem aumentar tanto suas habilidades ofensivas quanto passivas, mas por um período limitado de tempo. O estilo hack and slash, munido com a estratégia de saber quando desviar e atacar com suas habilidades especiais deixa tudo muito bem fluido e de maneira descomplicada.
Explorando as fases podemos ver a destruição que a corrupção vem causando, sempre nos deparamos com cadáveres, ou carroças e outros objetos destruídos, além claro de fazer pequenas side-quests que vão te dar mais ouro, talvez algum item para auxilia-lo na missão, ou liberar algum bônus no mapa, como por exemplo o comerciante que vai aparecer depois que você solta-lo de uma prisão.
Um sistema simples
Mesmo sendo difícil, a morte não vai te punir no jogo, pois ao morrer avançamos na história, além disso você não vai perder seu ouro e ainda poderá usa-lo para upar a família Bergson como um todo na oficina do Tio Bem, podendo melhorar ataques, resistência, acertos críticos, etc., ou usar o livro de Rea para aumentar o ganho de experiência, duração de magias, etc.
Aumentar os atributos da família como um todo facilita na hora de escolher um deles para realizar uma missão, pois nenhum estará menos evoluído que outro, mas eles também possuem habilidades individuais que são desbloqueadas ao subir de nível, mas que para evolui-las será preciso gastar pontos de habilidade que são recebidos também ao passar de nível, como em um RPG comum.
Cada personagem possui sua própria jogabilidade, o que faz o jogador ter seu favorito e ao jogar de dois deixa o jogo ainda mais estratégico.
Jogando em família
Children of Morta tem uma campanha que pode ser jogada em solo ou em coop. Jogando em coop nem tudo ficará mais fácil, mas um jogador poderá auxiliar o outro caso este esteja muito ferido após acabar a barra de vida.
O coop é apenas local, e isso talvez atrapalhe quem queria jogar online.
Visualmente bonito
Pixel art sempre foi meu ponto fraco. Particularmente adoro jogos que sabem usar isso ao seu favor e em Children of Morta não doi diferente. Conseguimos entender os sentimentos de cada personagem pelos seus movimentos simples e limitados, podemos ver cada detalhe da casa ricamente ilustrada, apreciar cada mapa que mistura um pouco de magia-medieval com tecnologia, deixando cada parte do cenário um tanto original.
Claro que tudo isso poderia não ser muito bem notado se a trilha sonora não cumprisse o seu papel de casar com os cenários, e aqui ela faz bonito. Dentro das cavernas as músicas são um tanto tensas, deixando um sentimento triste, mas nada muito pesado, já na Cidade dos Ladrões, por se passar em um local desértico, temos uma linda melodia puxada para o árabe e seus cenários quentes.
Um pouco cansativo
Mesmo com os mapas sendo gerados de forma procedural, eles não apresentam uma vasta variedade de inimigos, nem mesmo de side-quests, estas se repetem até você conseguir cumpri-las. Tudo isso pode gerar um sentimento de cansaço por ter que repetir o mesmo mapa várias vezes, em busca de evoluir seus personagens e juntar ouro para gastar na oficina do tio.
Considerações finais
Children of Morta apresenta um enredo e personagens envolventes, em um universo rico e bastante curioso. Sua jogabilidade diverte, pois a ação é dinâmica, a evolução é bem gradual, e a dificuldade é honesta. Seus mapas gerados de forma procedural deixa a repetição dos mesmos menos cansativos, mas a falta de um coop online pode atrapalhar quem não tem com quem jogar offline.
Mas o título vale ser jogado port todos que gostam de uma boa história e uma jogabilidade simples, mas refinada.
*Este review foi realizado com uma cópia do jogo para PC, fornecida pela DeadMage
Desenvolvedor: Dead Mage
Gênero: action-RPG
Disponível para: Playstation 4, PC, Switch e família Xbox One, Mac OS Classic, Linux
Data de lançamento inicial: 3 de Setembro de 2019