Baseado na HQ de mesmo nome, Bloodshot conta a história de Ray Garrinson (Vin Diesel), um soldado norte-americano que, após uma arriscada missão, é sequestrado com sua esposa por alguém que queria informações sobre o ocorrido.
Como forma de punição por não ter as respostas, Ray vê a esposa ser morta e é assassinado logo em seguida, mas não antes de jurar vingança.
Vingança essa que se torna possível graças a uma empresa secreta que resgata militares feridos e testa neles uma forma avançada de tecnologia, transformando-os em uma espécie de super soldados. A empresa, sob o comando do Dr. Harting (Guy Pearce), implanta minúsculos robôs (nanites) capazes de regeneração no corpo de Ray, sendo possível trazê-lo de volta à vida.
Neste momento, somos apresentados a outros personagens que também fazem parte dos experimentos. Como KT (Eiza González), uma ex-marinheira que, após um acidente, pôde voltar a respirar através da tecnologia com a qual a empresa trabalha.
A princípio, Ray não se lembra de nada da antiga vida. Mas, enquanto começa a tomar consciência dos novos poderes adquiridos pelo corpo, que agora é mais forte do que nunca e capaz de suportar diversos tipos de ferimentos, as memórias do incidente também voltam e ele parte em busca de quem matou a mulher que amava.
E é aí que o filme realmente toma sua forma.
Os grandes acertos e erros de Bloodshot começam ao Ray iniciar sua saga de justiceiro. Isso porque há uma grande reviravolta, com os planos do Dr. Harting ficando mais visíveis e a narrativa fugindo do clichê de vingança já vista em tantos filmes. Porém, a história, dirigida por Dave Wilson, que trabalhou nos efeitos especiais de filmes como Vingadores: Era de Ultron, prefere aprofundar nas cenas de ação do que no passado e motivações de seus personagens principais.
Bom, o CGI usado em Bloodshot é incrível. As cenas de ação também. Mas parece que falta algo. No caso do protagonista, por exemplo, seria difícil criar empatia no público se um ator menos conhecido (e por que não dizer carismático?) que Vin Diesel estivesse no lugar. Há apenas uma cena onde um pouco de seu passado é revelado.
Mas o ator faz com que você sinta que já o conhece. Em alguns momentos, é quase como se a gente acompanhasse o Dom, de Velozes e Furiosos, ganhando habilidades especiais.
Além de Vin, outros nomes de destaque são Eiza González (que já foi citada, mas merece ser lembrada novamente) e Lamorne Morris. Ela esbanja força e carisma, mesmo que saibamos pouco de sua personagem, e ele, que interpreta o gênio da computação Wilfred Wigans, é um alívio cômico que não soa forçado.
No mais, todos cumprem bem o papel em um filme que foca mais na ação do que no drama que levou cada personagem a estar na posição que se encontra.
E, mesmo com os fios soltos no roteiro, vale à pena assistir. Diferente das fórmulas Marvel e DC (concorrentes no sentido de serem histórias em quadrinhos), Bloodshot foca em apresentar quase que um protótipo de super-herói que é, antes de tudo, humano. E deixa o questionamento: pelo que você viveria se pudesse ser indestrutível?