*Este review foi realizado com uma cópia do game disponibilizada pela 2k
A trilogia Bioshock foi um marco no gênero FPS e sem sombra de dúvidas ganhou seu espaço como alguns dos jogos mais relevantes da sétima geração de consoles. Trazendo uma ambientação estonteante, inimigos totalmente originais, mecânicas um tanto inéditas e um enredo cheio de plot-twists, esses são três jogos que chegaram para agregar ainda mais valor à biblioteca do Nintendo Switch.
Sempre que vemos algum jogo grande sendo portado para o Switch, a primeira coisa que vem a nossa mente é o possível downgrade que será necessário para que o console híbrido da Nintendo consiga dar conta do recado. O surpreendente dessa coletânea é que ela conseguiu manter intacta toda a essência do jogo, então a sensação de jogar Bioshock no Switch é a mesma de jogar nos outros consoles (principalmente se você jogou no PS3 ou Xbox 360), só que ainda melhor, pois dessa vez podemos jogar em qualquer lugar!
Escolha o impossível
Para quem viveu embaixo de uma pedra nos últimos 13 anos e nunca ouviu falar de Bioshock, no primeiro jogo controlamos Jack, um homem que sofreu um acidente de avião e curiosamente caiu próximo a um farol no meio do oceano. Jack foi o único sobrevivente e, ao buscar abrigo no farol, acaba sendo levado a uma cidade submersa chamada Rapture – essa que está em ruínas e foi tomada por pessoas deformadas chamadas de Splicers. Sob as orientações de uma figura misteriosa conhecida como Atlas, Jack precisará enfrentar as ameaças de Rapture afim de descobrir o que aconteceu naquele lugar.
A primeira coisa que percebemos é que os gráficos estão praticamente idênticos! Rapture continua deslumbrante no Switch, com a luz do oceano refletindo pelas janelas e os neons servindo como única fonte de iluminação de seus quartos escuros. A única coisa que achei nitidamente inferior foi a água, mas foi um downgrade mínimo. Jogar pela televisão diminui um pouco a qualidade gráfica e outros defeitos ficam mais nítidos, como um serrilhado nos objetos e armas, então para ter uma experiência mais bonita, o modo portátil é sempre mais recomendado (isso vale para todos os jogos).
As mecânicas também continuam como sempre foram, o que é ótimo. Geralmente, jogos de tiro no Switch automaticamente se tornam uma atrocidade devido aos controles, que parecem não ter sido planejados para atirar de nenhuma forma. Bioshock mostrou que é possível jogarmos um FPS no Switch sem sofrer um bocado para mirar e atirar; a jogabilidade continua tão fluida quanto antes (porém com a limitação de 30fps, uma desvantagem dessa versão). A única coisa que ainda atrapalha no primeiro título é o fato de termos que alternar entre a mão da arma e a mão dos plasmids, mas isso é um elemento do jogo, não um defeito do port.
Seguindo o que foi feito na coletânea lançada para PS4 e Xbox One, essa versão também inclui o Modo Museu, onde podemos explorar um cenário decorado por várias artes conceituais e protótipos iniciais de Splicers e Big Daddies.
Encarnando o paizão
Em Bioshock 2 chegou o nosso momento de ser um Big Daddy e proteger Little Sisters! Ainda que inferior ao primeiro em termos de história, o segundo corrigiu uma série de problemas de seu antecessor, como o já citado fato de precisarmos alternar entre arma e plasmids. Agora nossas duas mãos ficam na tela simultaneamente, permitindo uma jogabilidade muito mais rápida e dinâmica.
Rapture continua incrível, porém no segundo jogo a inferioridade gráfica fica mais perceptível nos trechos com água, principalmente quando há muita água em movimento (como no nosso primeiro encontro contra uma Big Sister, por exemplo). Eventualmente, quando estão acontecendo muitas coisas na tela (principalmente em combate), o jogo sofre queda de fps, mas o frame rate se estabiliza conforme o cenário for “se esvaziando”.
Assim como na coletânea remasterizada, o jogo inclui os DLCs Minerva’s Den e Protector Trials, que acrescentam uma série de mapas de desafios em que devemos proteger uma Little Sister. Só o multiplayer online foi deixado de fora do pacote, mas convenhamos que não fará falta, não é?
Ao infinito e além
Bioshock Infinite e seus DLCs coroaram a trilogia com uma abordagem muito diferente dos outros jogos, mas que ainda conseguiu manter cada elemento da franquia vivo e a qualidade intacta. Ao invés de irmos para o fundo do mar, agora exploraremos Columbia, uma cidade construída nos céus carregada de temas complexos e polêmicos como fanatismo religioso, universos paralelos, física quântica e o tão conhecido patriotismo norte-americano.
Trocando toda a atmosfera sombria de Rapture pelas cores e a beleza de Columbia, Bioshock Infinite tem o downgrade mais pesado dos três. O jogo continua bonito no modo portátil do Switch, mas no dock é o que possui mais falhas gráficas, com muito serrilhado e um desfoque grande no fundo do cenário.
O pacote inclui os DLCs Burial at Sea, que são essenciais para ligar a história de Columbia com Rapture, então no final, são três jogos completíssimos com a vantagem que só o Nintendo Switch pode nos oferecer: jogar Bioshock em qualquer lugar, qualquer cômodo e a hora que quiser!
Mesmo sendo jogos da geração passada, os ports de Switch impressionam no visual e não deixam a desejar. As desvantagens ficam na performance, que ainda se limita aos 30fps e pode cair eventualmente. Do resto, é o mesmo Bioshock que sempre foi!