Em “A Grande Mentira”, filme dirigido por Bill Condon, Roy Courtney (Ian McKellen) é um golpista vê em Betty McLeish (Helen Mirren) a oportunidade de enriquecer como nunca. Mas, com a aproximação de ambos, Courtney percebe que a execução de seu plano não será tão simples quanto parecia antes.
Dada a natureza de seu personagem, McKellen tem a oportunidade de se mostrar versátil mesmo diegeticamente com Roy – seja ele o golpista em sua face real, seja ele o senhorzinho simpático que se apresenta a Betty por meio de um site de encontros e, por fim, pessoalmente. E cumpre bem o que lhe é demandado para o “bom” e para o mal.
Não apenas ele, mas Mirren, como já esperado, não fica para trás e entrega uma Betty cheia de “camadas” para os bons entendedores. Sua relação com o neto, Stephen, mostra um pouco disso, com uma mulher que quer sua liberdade, após a perda do marido. É interessante ver um filme de tal gênero e com proposta protagonizado pela terceira idade. Não é comum e vale reconhecimento.
O filme tem um clima de suspense desde o primeiro minuto. Não se intimida em mostrar o horror, sangues, feridas e o faz de maneira bem convincente. Até metade da história, o espectador se vê com os questionamentos clássicos: ele vai conseguir? Alguém descobrirá algo? A trama vai sendo construída de forma coesa e linear, permitindo sempre aquela dúvida sobre o que mais pode estar acontecendo.
A segunda metade do filme, porém, muda um pouco o tom de toda a narrativa. Com uma enxurrada de informações novas, a trama passa por uma série excessiva de reviravoltas. O roteirista Jeffrey Hatcher teve o cuidado de amarrar as pontas solta e acabou exagerando nas explicações. Principalmente na resolução. É como se o filme ficasse tempo demais no epílogo.
Por falar em resolução, é quase injusto fazer com que boa parte do conclusão da história fique por conta de uma informação totalmente fora de tudo que foi apresentado até o momento. Apesar disso, é interessante ver como se desenrola a relação de Roy e Betty, aproveitando a boa performance da dupla principal.